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EUA dispersam
ato pró-Saddam
em seu reduto
DA REDAÇÃO
Soldados norte-americanos
dispersaram ontem em Tikrit
uma manifestação de protesto
favorável a Saddam Hussein.
Moradores da cidade ao norte do Iraque em que está a sede
do clã do ditador deposto saíram às ruas aos gritos de "sacrificamos nosso sangue e nossas
almas por você, Saddam".
Também gritaram que os Estados Unidos são os "inimigos de
todos os povos".
Foi nas imediações de Tikrit
que Saddam foi localizado e
capturado no último sábado.
Não há indicações sobre
quantos eram os manifestantes
e sobre o contingente militar
utilizado para a dispersão. O
comando dos EUA se recusou a
comentar o caso.
O clima era ontem de luto em
Al Awja, aldeia em que Saddam
nasceu e que fora generosamente privilegiada com recursos públicos durante a ditadura. "Olhe, estou de negro, triste,
enlutada", dizia uma mulher,
Nada Iassin. "Perdemos nosso
protetor", afirmava.
Um outro morador dizia que,
se Saddam estivesse escondido
na aldeia, "os norte-americanos jamais o encontrariam".
Manifestações favoráveis ao
ditador capturado também
ocorreram em Bagdá e em outras cidades iraquianas.
Na capital, a manifestação
degenerou em choque com policiais. Os partidários do ex-ditador tentaram atacar uma delegacia de polícia de um bairro
sunita. O protesto foi dispersado com tiros de metralhadora.
Um dos policiais, Haidar Suheir, disse que, antes de se dispersar, os manifestantes, que
também estavam armados, atiravam de forma indistinta.
Embora com um poder de
mobilização bem menor que o
das manifestações que comemoraram a prisão de Saddam,
as manifestações em favor do
ex-ditador começaram já no
domingo à noite.
Em Bagdá, um grupo de 200
pessoas que carregavam retratos de Saddam gritava frases de
exortação frequentemente pronunciadas em solenidades públicas durante a longa ditadura,
como o fato de o ditador ser "a
glória de nosso país".
Em Fallujah, a oeste da capital, manifestantes pró-Saddam
penetraram ontem à tarde na
prefeitura da cidade e foram
desalojados com violência pela
polícia.
Aos gritos de palavras pró-Saddam, destruíram documentos e incendiaram móveis.
A cidade é considerada leal a
Saddam, tendo presenciado
atentados contra soldados norte-americanos. No domingo,
um rumor infundado de que o
homem capturado em Tikrit
não era Saddam chegou a provocar manifestações coletivas
de júbilo.
Com agências internacionais
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