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São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 2003

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ARGENTINA

De la Rúa está envolvido

Juiz argentino veta a saída de suspeitos

CAROLINA VILA-NOVA
DE BUENOS AIRES

O juiz federal argentino Rodolfo Canicoba Corral afirmou ontem que vai proibir a saída do país dos acusados de envolvimento no escândalo de corrupção na aprovação da reforma trabalhista no Senado, em abril de 2000.
Segundo a assessoria do Juizado Federal Número 3, onde está a causa, a medida atinge o ex-presidente Fernando de la Rúa (1999-2001), o ex-chefe do serviço de inteligência Fernando de Santibañes, o ex-ministro do Trabalho Alberto Flamarique, o ex-senador José Genoud e mais 11 ex-senadores acusados de participação.
Na última sexta-feira, o ex-secretário parlamentar do Senado argentino Mario Pontaquarto confessou ter pago, a mando de De la Rúa, suborno no valor de US$ 5 milhões a um grupo de senadores para garantir a aprovação da reforma.
"Decidi ordenar outras diligências, das quais não vou falar porque reimplantei o segredo de sumário, já que há novos imputados e novos elementos de prova", disse o juiz, que classificou as declarações do ex-secretário de "uma versão, verossímil, mas uma versão".
A Justiça aguardava ontem um documento prometido por Pontaquarto onde constariam "apelidos" vinculados aos senadores e os valores dos subornos pagos a cada um.
Ontem, De la Rúa voltou a negar participação no caso e disse que as declarações de Pontaquarto são falsas. Os demais acusados também negam envolvimento.
"Não existiu tal reunião", disse o ex-presidente, referindo-se a afirmação de Pontaquarto de que os detalhes da operação foram acertados numa reunião com senadores na Casa Rosada, comandada por De la Rúa.
"Não participei em nenhuma das tratativas parlamentares. Com grande entusiasmo as encabeçava [o então vice-presidente Carlos] Chacho Álvarez e participava o ministro Flamarique", disse, partindo para o ataque.


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