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Após assassinatos, cidade britânica ajuda prostitutas
Plano visa manter mulheres fora das ruas até que o autor dos crimes seja preso
Quinta vítima do assassino de Ipswich foi identificada como a prostituta Annette Nicholls; polícia admite relação entre os cinco crimes
DA REDAÇÃO
Prostitutas da cidade de Ipswich, no leste da Inglaterra, estão recebendo ajuda sob a forma de cupons e benefícios para
que não tenham que trabalhar
nas ruas da cidade. A iniciativa,
tomada pela polícia e pelo governo locais, visa aumentar a
segurança na região, onde foram encontradas mortas cinco
prostitutas nas últimas duas semanas em um caso que evoca
um dos mais célebre assassinos
britânicos: Jack, o Estripador.
Ontem, o quinto corpo foi
identificado como sendo de
Annette Nicholls, 29.
Pelo plano recém-lançado,
elas recebem crédito para celular e até metadona (analgésico
usado para o tratamento de dependentes de drogas). Segundo
a polícia, foi feita uma doação
anônima de US$ 19.300 para
dar segurança às mulheres enquanto o criminoso -ou os criminosos- não for descoberto.
Ignorando os avisos da polícia, que admitiu ontem que as
cinco mortes estão relacionadas, algumas prostitutas continuam a trabalhar. Foi o que
aconteceu com Paula Clennell,
encontrada morta na região de
Ipswich na última terça. Clennell, 24, havia sido entrevistada
por um canal de televisão local
na semana passada, ao qual
afirmara que, mesmo com medo, continuaria a fazer programas, por causa do dinheiro.
O corpo de Clennell, assim
como os outros quatro, foi encontrado sem sinais de luta ou
resistência, o que alimenta a hipótese da polícia britânica de
que o assassino tenha drogado
as vítimas antes de matá-las.
Testes estão sendo feitos para
comprovar a versão.
Crimes relacionados
Segundo a perícia, duas das
prostitutas foram mortas por
estrangulamento. Não foi divulgado laudo conclusivo sobre
a causa da morte das demais.
Stewart Gull, detetive que
chefia as investigações, afirmou ontem que o número de
suspeitos foi reduzido para menos de cinqüenta. O detetive
disse que interrogou o motorista de uma BMW azul, na qual
uma das prostitutas assassinadas entrou pouco antes de desaparecer, segundo testemunhas que estavam no local.
Segundo Gull, já é possível falar em crimes em série, apesar
de a autópsia do corpo de Annette Nicholls, desaparecida
em 7 de dezembro, não apontar
causas. Ainda assim, o exame
confirmou que se trata de um
assassinato e que está relacionado com os quatro anteriores.
Os cinco crimes têm muitas
semelhanças: todas eram prostitutas, envolvidas com drogas
e se conheciam. Os corpos foram abandonados nus entre os
dias 2 e 12 de dezembro em Ipswich, cidade britânica de cerca
de 140 mil habitantes.
A primeira a desaparecer foi
Tania Nicol, 19, em 30 de outubro. O corpo da jovem foi encontrado no último dia 8. Em
declaração emocionada ontem,
seus pais pediram ajuda para
encontrar o assassino.
A segunda foi Gemma
Adams, 25, desaparecida em 15
de novembro e encontrada
morta no dia 2. Em seguida, foi
localizado o corpo de Anneli Alderton, 24, no dia 10. O de Paula
Clennell e o de Annette Nicholls foram achados no dia 12.
Na tarde de ontem, a cidade
viveu mais um momento de pânico quando a polícia anunciou
que estava investigando o desaparecimento de uma sexta jovem. Poucas horas depois, ela
foi encontrada fora de perigo.
Os crimes causaram comoção nos britânicos, que se lembraram de Jack, o Estripador. O
criminoso, que matou cinco
prostitutas no país em 1888,
nunca foi identificado. Recentemente, pesquisadores divulgaram o que seria um retrato do
assassino, montado digitalmente a partir de testemunhos.
Com agências internacionais
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