São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 2006

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ORÇAMENTO

Senado italiano aprova texto "amargo" do premiê Prodi

DA REUTERS

O Senado italiano aprovou ontem, por 162 votos a 157, o projeto de orçamento que o primeiro-ministro Romano Prodi, de centro-esquerda, qualificou como "o remédio mais amargo" que seu país poderia engolir para diminuir o atual déficit público.
O texto, que segue agora à Câmara dos Deputados, aumenta os impostos dos que recebem maior renda e salários. Com isso, a Itália procura atingir em 2007, pela primeira vez em cinco anos, a meta de um déficit no orçamento inferior a 3% do PIB.
O objetivo é fixado pelo Banco Central Europeu e se aplica aos países da União Européia que adotam o euro.
Uma eventual derrota de Prodi colocaria em risco a sobrevivência de seu gabinete, que tem no Senado maioria de apenas uma cadeira. A vitória por cinco votos de ontem à noite ocorreu pela adesão dos senadores vitalícios.
O premiê temia que alguns dos senadores dos nove partidos de sua coalizão deixassem de apoiá-lo. Por isso, declarou que considerava a aprovação do orçamento como "um voto de confiança".
Ele está com sua taxa de aprovação mais baixa desde que, em abril, derrotou o bloco de centro-direita, liderado pelo empresário Silvio Berlusconi. O premiê deu pleno apoio a seu ministro da Economia, Tommaso Padoa-Schioppa, que se tornou, com o texto, o mais controvertido membro do gabinete.
Anteontem, o premiê disse que o projeto é como "um medicamento que pode ser bastante amargo, mas sem ingeri-lo o paciente não melhora". O senador da oposição Roberto Calderoli disse que, "além de amargo, o remédio está matando o paciente".
O pacote foi criticado por optar por uma solução heterodoxa para reduzir o déficit, ao não se basear apenas em cortes de gastos. Economistas afirmam que o aumento dos impostos a partir de determinada faixa de renda não diminuirá o déficit na proporção desejada.


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