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ORÇAMENTO
Senado italiano aprova texto "amargo" do premiê Prodi
DA REUTERS
O Senado italiano aprovou
ontem, por 162 votos a 157, o
projeto de orçamento que o
primeiro-ministro Romano
Prodi, de centro-esquerda,
qualificou como "o remédio
mais amargo" que seu país
poderia engolir para diminuir o atual déficit público.
O texto, que segue agora à
Câmara dos Deputados, aumenta os impostos dos que
recebem maior renda e salários. Com isso, a Itália procura atingir em 2007, pela primeira vez em cinco anos, a
meta de um déficit no orçamento inferior a 3% do PIB.
O objetivo é fixado pelo
Banco Central Europeu e se
aplica aos países da União
Européia que adotam o euro.
Uma eventual derrota de
Prodi colocaria em risco a sobrevivência de seu gabinete,
que tem no Senado maioria
de apenas uma cadeira. A vitória por cinco votos de ontem à noite ocorreu pela adesão dos senadores vitalícios.
O premiê temia que alguns
dos senadores dos nove partidos de sua coalizão deixassem de apoiá-lo. Por isso, declarou que considerava a
aprovação do orçamento como "um voto de confiança".
Ele está com sua taxa de
aprovação mais baixa desde
que, em abril, derrotou o bloco de centro-direita, liderado
pelo empresário Silvio Berlusconi. O premiê deu pleno
apoio a seu ministro da Economia, Tommaso Padoa-Schioppa, que se tornou,
com o texto, o mais controvertido membro do gabinete.
Anteontem, o premiê disse
que o projeto é como "um
medicamento que pode ser
bastante amargo, mas sem
ingeri-lo o paciente não melhora". O senador da oposição Roberto Calderoli disse
que, "além de amargo, o remédio está matando o paciente".
O pacote foi criticado por
optar por uma solução heterodoxa para reduzir o déficit,
ao não se basear apenas em
cortes de gastos. Economistas afirmam que o aumento
dos impostos a partir de determinada faixa de renda não
diminuirá o déficit na proporção desejada.
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