São Paulo, sábado, 17 de janeiro de 2009

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Washington se prepara para posse superlativa

Estimativa é que cidade receba 2,5 milhões de pessoas

DANIEL BERGAMASCO
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

Com menos de 600 mil habitantes, a capital dos EUA se prepara para receber massa recorde de visitantes na posse de Barack Obama, nesta terça.
A marca histórica de 1,2 milhão de pessoas, na posse de Lyndon Johnson (em 1965, após o mandoto-tampão que seguiu o assassinato de John F. Kennedy), será batida tanto se estiver certa a previsão mais modesta, do Serviço Secreto (2,5 milhões), quanto a primeira estimativa da Prefeitura de Washington, de 5 milhões.
Na hipótese mínima, será como acomodar a população de Salvador em Sorocaba (SP).
O provável "aperto" causa preocupação às autoridades e alavanca outros números também recordes: posse mais cara da história (US$ 150 milhões) e maior estrutura de segurança.
Serão milhares de homens de mais de uma centena de grupos armados, da polícia local ao Serviço Secreto.
A série de eventos oficiais começa no fim-de-semana, com festas e jantares, um deles com John McCain, o candidato republicano derrotado na eleição em novembro. Na terça, às 10h (13h em Brasília), Obama fará o juramento no Capitólio, com a mão direita sobre a mesma Bíblia usada por Abraham Lincoln ao assumir em 1861.
Duas horas depois, está previsto o discurso de posse, quando se torna o novo presidente, cercado de grandes expectativas -tirar o país da maior crise econômica desde os anos 30 e das guerra do Iraque.
Bailes de gala tomam a agenda no restante de terça-feira.
Muralhas de banheiros químicos estão sendo instaladas no circuito Capitólio-Casa Branca, de alguns quarteirões. Serão 5.000 unidades, número que causou protestos na cidade, por ser visto como insuficiente.
A prefeitura prevê o caos no trânsito e no transporte público e pede que os visitantes saiam até seis horas antes de casa, mesmo com o frio severo. Ontem, fazia -10C.
As estações de metrô abrem às 3h30 e a previsão é que os estacionamentos colados a elas estejam lotados antes das 6h.
Os hospitais cassaram folgas, mas ainda assim se calcula pouca margem de segurança para imprevistos. Com tanta gente, "só é preciso um pequeno incidente para gerar tumulto", disse o especialista em segurança federal Wendell Shingler.

O sonho ao vivo
"Vi [o líder civil] Martin Luther King [1929-68] discursar, mas nunca imaginei ver este sonho se tornar realidade: um presidente negro na Casa Branca", diz à Folha a aposentada Joanne Wiles, 65, branca, recém-chegada da Califórnia
De Maryland, a professora de história Carly Robinson trouxe a Washington 17 alunos do Ensino Médio. "Eu os trouxe aqui um pouco para aprender a história do país e muito para explicar como as coisas funcionarão daqui para frente. Precisamos de jovens mais espertos."
Mais de 900 vendedores de lembrancinhas foram licenciados. Nos tabuleiros que cercam a Casa Branca, há de chaveiros de Obama (US$ 1) a bola de vidro que simula o cair da neve sobre Obama (US$ 40).


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