|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Washington se prepara para posse superlativa
Estimativa é que cidade receba 2,5 milhões de pessoas
DANIEL BERGAMASCO
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
Com menos de 600 mil habitantes, a capital dos EUA se
prepara para receber massa recorde de visitantes na posse de
Barack Obama, nesta terça.
A marca histórica de 1,2 milhão de pessoas, na posse de
Lyndon Johnson (em 1965,
após o mandoto-tampão que
seguiu o assassinato de John F.
Kennedy), será batida tanto se
estiver certa a previsão mais
modesta, do Serviço Secreto
(2,5 milhões), quanto a primeira estimativa da Prefeitura de
Washington, de 5 milhões.
Na hipótese mínima, será como acomodar a população de
Salvador em Sorocaba (SP).
O provável "aperto" causa
preocupação às autoridades e
alavanca outros números também recordes: posse mais cara
da história (US$ 150 milhões) e
maior estrutura de segurança.
Serão milhares de homens de
mais de uma centena de grupos
armados, da polícia local ao
Serviço Secreto.
A série de eventos oficiais começa no fim-de-semana, com
festas e jantares, um deles com
John McCain, o candidato republicano derrotado na eleição
em novembro. Na terça, às 10h
(13h em Brasília), Obama fará o
juramento no Capitólio, com a
mão direita sobre a mesma Bíblia usada por Abraham Lincoln ao assumir em 1861.
Duas horas depois, está previsto o discurso de posse, quando se torna o novo presidente,
cercado de grandes expectativas -tirar o país da maior crise
econômica desde os anos 30 e
das guerra do Iraque.
Bailes de gala tomam a agenda no restante de terça-feira.
Muralhas de banheiros químicos estão sendo instaladas
no circuito Capitólio-Casa
Branca, de alguns quarteirões.
Serão 5.000 unidades, número
que causou protestos na cidade,
por ser visto como insuficiente.
A prefeitura prevê o caos no
trânsito e no transporte público e pede que os visitantes
saiam até seis horas antes de
casa, mesmo com o frio severo.
Ontem, fazia -10C.
As estações de metrô abrem
às 3h30 e a previsão é que os estacionamentos colados a elas
estejam lotados antes das 6h.
Os hospitais cassaram folgas,
mas ainda assim se calcula pouca margem de segurança para
imprevistos. Com tanta gente,
"só é preciso um pequeno incidente para gerar tumulto", disse o especialista em segurança
federal Wendell Shingler.
O sonho ao vivo
"Vi [o líder civil] Martin Luther King [1929-68] discursar,
mas nunca imaginei ver este
sonho se tornar realidade: um
presidente negro na Casa Branca", diz à Folha a aposentada
Joanne Wiles, 65, branca, recém-chegada da Califórnia
De Maryland, a professora de
história Carly Robinson trouxe
a Washington 17 alunos do Ensino Médio. "Eu os trouxe aqui
um pouco para aprender a história do país e muito para explicar como as coisas funcionarão daqui para frente. Precisamos de jovens mais espertos."
Mais de 900 vendedores de
lembrancinhas foram licenciados. Nos tabuleiros que cercam
a Casa Branca, há de chaveiros
de Obama (US$ 1) a bola de vidro que simula o cair da neve
sobre Obama (US$ 40).
Texto Anterior: Sob nova direção/ Promessas e sacrifícios: Obama proporá "grande acordo" em seu governo Próximo Texto: Pose oficial: Equipe elege foto "austera" para Obama Índice
|