São Paulo, segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

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Fuga de ditador da Tunísia incentiva protestos na região

Manifestantes vão às ruas no Egito, Jordânia, Iêmen e Argélia

Ali Jarekji/Reuters
Protesto em Amã, Jordânia, teve gritos de "a Tunísia está nos ensinando uma lição"

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A onda de protestos que resultou na fuga do ditador tunisiano Zine el Abidine Ben Ali na última sexta-feira dá os primeiros sinais de que está se alastrando por outros países árabes, quase todos governados por autocratas.
As populações de Egito, Jordânia, Argélia e Iêmen iniciaram protestos anteontem em solidariedade aos manifestantes da Tunísia, e continuaram ontem a pedir reformas em seus próprios países.
Militantes egípcios organizam protesto para 25 de janeiro. Nas redes sociais, manifestantes pedem, em tom irônico, que Ben Ali avise o ditador egípcio, Hosni Mubarak, que um avião também espera por ele para fugir.
Mubarak está no poder desde 1981 e governa desde então por um decreto de estado de sítio permanente.
Na Argélia, foi anunciada ontem a morte de um homem que ateou fogo no próprio corpo há quatro dias.
A morte de um tunisiano que se incendiara foi o estopim para as revoltas que causaram a fuga de Ben Ali.
Pressionados, dois governos anunciaram acenos. A Síria aumentou o subsídio para calefação doméstica, e o Egito agradou a oposição ao prorrogar o prazo de inscrição de candidatos à eleição presidencial de setembro.
Analistas, porém, duvidam que a insatisfação derrube outros governos árabes no curto prazo.
No Egito, por exemplo, não há sinais de que haja adesão militar aos protestos, ao contrário da Tunísia, onde a violência continuou ontem.
Na capital, Túnis, houve troca de tiros diante da sede do partido de oposição.
Houve no entorno do palácio presidencial em Cartago confronto entre o Exército tunisiano e membros da guarda presidencial -cujo chefe, Ali Seriati, foi detido ontem.
O premiê Mohamed Ghannouchi afirmou ontem que será feito hoje o "anúncio do novo governo que abrirá uma nova página na história da Tunísia". Autoridades ainda não chegaram a um acordo sobre a data para novas eleições presidenciais.


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