São Paulo, terça-feira, 17 de fevereiro de 2004

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IRAQUE OCUPADO

Pastor batista é morto em emboscada

Bremer ameaça vetar islamismo como base da nova Constituição

DA REDAÇÃO

O chefe da administração americana no Iraque, Paul Bremer, se contrapôs ontem à adoção da lei islâmica como base para a Constituição do país, insinuando que vetará eventuais tentativas por parte dos iraquianos.
Em visita a Karbala, na região central do país, Bremer afirmou que o esboço para a Constituição interina, a ser aprovado no fim deste mês, fará do islamismo a religião oficial do Estado e "uma fonte de inspiração para a lei". Mas ao ser indagado sobre o que faria se o Conselho de Governo Iraquiano determinasse que a sharia (lei islâmica) seria a base da Carta, Bremer respondeu: "Nossa posição é clara. Não há legislação se eu não sancioná-la".
O atual presidente do Conselho de Governo Iraquiano, Mohsen Abdel Hamid, propôs fazer da sharia a base da Constituição. Hamid representa os xiitas radicais na junta, que está submetida à Autoridade Provisória de Coalizão, chefiada por Bremer.
A proposta foi imediatamente rechaçada por grupos de mulheres, que temem a perda dos direitos de que gozam sob a legislação secular do país -sobretudo em questões como o divórcio, a pensão familiar e o direito à herança.

Violência
Os EUA perderam ontem mais dois soldados e anunciaram a morte de um pastor batista.
O reverendo americano John Kelley, de Rhode Island, morreu no sábado quando o táxi em que estava foi atacado a tiros perto de Bagdá. Segundo um porta-voz da família, Kelley estava no Iraque com dez outros pastores desde o último dia 6 para fundar uma igreja. Três pastores que estavam com ele foram feridos.
Já os dois soldados foram vítimas de explosões de bombas em Baquba, a nordeste de Bagdá, e na capital. Com isso, já são 540 os militares dos EUA mortos desde o início da guerra, em março.
Também na capital, uma granada explodiu no pátio de uma escola primária, matando uma criança e ferindo quatro. Aparentemente, um aluno detonou o explosivo durante uma brincadeira.
A polícia também anunciou a prisão de cinco suspeitos pelo assassinato de Aquila al Hashimi, membro do Conselho de Governo Iraquiano, em setembro.


Com agências internacionais

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