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REINO UNIDO
Reforma em 2006 poderá enfraquecer emissora
Blair estuda desmembrar a BBC e distribuir parte de seus recursos
DA REDAÇÃO
O premiê Tony Blair (Reino
Unido) estuda a possibilidade de
desmembrar a BBC em quatro televisões independentes em 2006,
quando será feita uma revisão do
estatuto, do modo de funcionamento, do financiamento e dos
objetivos da rede pública de comunicações britânica.
A divisão da BBC em quatro
emissoras territoriais (Inglaterra,
Escócia, País de Gales e Irlanda do
Norte) seria uma das alternativas
presentes no documento para a
reforma da BBC que está sendo
elaborado pelos trabalhistas, segundo o jornal "The Sunday Times". No documento, que servirá
de base para uma discussão sobre
o futuro da BBC, o governo apresenta várias propostas que parecem ter um denominador comum: todas enfraqueceriam a poderosa rede pública de rádio e TV.
A cada dez anos, a carta da BBC
é rediscutida publicamente, num
processo no qual o governo tem
participação, mas não a palavra final. Agora, a rede enfrenta os primeiros passos da difícil negociação em situação de fragilidade.
Em janeiro, a BBC foi duramente criticada por um juiz da Suprema Corte por ter divulgado uma
notícia na qual acusou o governo
de ter exagerado o perigo representado pelo então ditador iraquiano, Saddam Hussein, com o
intuito de convencer o público da
necessidade de invadir o Iraque.
O presidente e o diretor-geral da
BBC renunciaram, e a emissora,
um exemplo de jornalismo de
qualidade em todo o mundo, pediu desculpas ao governo.
Além do desmembramento físico, o governo estuda reduzir o orçamento de cerca de R$ 12,5 bilhões da BBC, cuja origem é uma
taxa paga por cada proprietário
de TV no Reino Unido.
Segundo uma das propostas, a
rede pública teria de dividir parte
dos recursos com outras emissoras privadas -como ITV, Channel 4 e Channel 5- desde que as
últimas desenvolvessem projetos
de interesse público.
Também se estuda a possibilidade de a BBC passar a ser controlada pelo órgão regulador público
Ofcom, entidade teoricamente independente mas que, na prática, é
bem mais influenciada pelo governo. Desse modo, a BBC perderia parte da autonomia que tem
hoje frente ao governo e às pressões externas.
Com o "El País"
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