Boliviano diz que fará convocação após nova Constituição

DA REDAÇÃO

O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse ontem que deseja antecipar para 2008 as eleições presidenciais, após a conclusão dos trabalhos da Constituinte eleita no ano passado.
"O nosso pedido é que a Constituinte termine o trabalho ainda neste ano; se acabar, no ano que vem tem de haver eleição para que haja novo presidente", afirmou ele em Warnes, cidade do Departamento de Santa Cruz.
Morales não disse se pretende se candidatar. Eleito para um mandato de cinco anos, ele está no poder há 14 meses.
A Assembléia Constituinte, que prepara a nova Carta, iniciou os trabalhos em agosto de 2006. Ao que parece, assim como o venezuelano Hugo Chávez, Morales entende que deve buscar um novo mandato sob instituições "refundadas".
Eleito em 1998, Chávez convocou Constituinte em 1999. No ano seguinte, em novas eleições, foi reeleito -para o que passou a ser o primeiro mandato sob a nova Carta, que só permite uma reeleição.

Imprensa
O jornal boliviano "La Razón" reagiu ontem, em editorial, a declarações feitas por Morales na quarta-feira, quando insinuou que poderia nacionalizar o diário, que é do grupo de mídia espanhol Prisa.
O presidente acusou o jornal de promover uma campanha contra seu governo. No texto "Culpar o mensageiro", "La Razón" diz fazer jornalismo responsável. Sobre a ameaça de nacionalização, afirma: "Foi, talvez, um excesso. Não há, em 25 anos de democracia boliviana, um antecedente similar".
As declarações de Morales foram criticadas por várias entidades de jornalistas e de imprensa da Bolívia.