São Paulo, quarta-feira, 17 de março de 2010

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"Nunca mais, nunca mais", diz Lula em Museu do Holocausto

DO ENVIADO A JERUSALÉM

De quipá negro à cabeça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva percorreu ontem o Yad Vashem, o Museu do Holocausto em Jerusalém, após o que fez enfática defesa da democracia e dos direitos humanos: "Aqueles que lutam pelos direitos humanos não podem de forma alguma permitir que se repita algo como o Holocausto".
Fechou com uma espécie de prece: "Nunca mais, nunca mais, nunca mais".
Lula disse também que "a visita ao Museu do Holocausto deveria ser quase obrigatória para todos os que querem dirigir uma nação".
Dentro de dois meses exatos, Lula estará no Irã, que é governado por Mahmoud Ahmadinejad, que nega a existência do Holocausto e, no fim de semana, voltou a dizer que pretende "aniquilar" os judeus.
Foi precisamente o que fizeram os nazistas na Europa a partir de 1933, quando Adolf Hitler subiu ao poder na Alemanha. Ao terminar, 12 anos depois, a 2ª Guerra Mundial, 6 milhões de judeus haviam sido aniquilados.
O Yad Vashem, que deu a Lula a visão "do que pode acontecer quando a irracionalidade toma conta do ser humano", em suas palavras, acolhe 3 milhões de nomes das vítimas, aqueles que foi possível recuperar. Os demais 3 milhões são de famílias e até comunidades inteiras aniquiladas, sem que tivesse sobrado alguém para contar as suas histórias.
Lula terminou a visita no Hall da Memória, em cujo solo estão os nomes de 22 campos de concentração. Avivou a chama eterna, sob a qual estão as cinzas de vítimas dos campos.
Durante o percurso, o presidente brasileiro comentou com o guia que as duas grandes tragédias da humanidade haviam sido o Holocausto e a escravidão. O guia retrucou que a escravidão pelo menos passara, ao passo que os judeus ainda se sentem ameaçados, no que parece ser uma alusão velada àqueles que pregam a sua "aniquilação". (CLÓVIS ROSSI)


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