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"Nunca mais, nunca mais", diz Lula em Museu do Holocausto
DO ENVIADO A JERUSALÉM
De quipá negro à cabeça, o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva percorreu ontem o Yad
Vashem, o Museu do Holocausto em Jerusalém, após o que fez
enfática defesa da democracia e
dos direitos humanos: "Aqueles que lutam pelos direitos humanos não podem de forma alguma permitir que se repita algo como o Holocausto".
Fechou com uma espécie de
prece: "Nunca mais, nunca
mais, nunca mais".
Lula disse também que "a visita ao Museu do Holocausto
deveria ser quase obrigatória
para todos os que querem dirigir uma nação".
Dentro de dois meses exatos,
Lula estará no Irã, que é governado por Mahmoud Ahmadinejad, que nega a existência do
Holocausto e, no fim de semana, voltou a dizer que pretende
"aniquilar" os judeus.
Foi precisamente o que fizeram os nazistas na Europa a
partir de 1933, quando Adolf
Hitler subiu ao poder na Alemanha. Ao terminar, 12 anos
depois, a 2ª Guerra Mundial, 6
milhões de judeus haviam sido
aniquilados.
O Yad Vashem, que deu a Lula a visão "do que pode acontecer quando a irracionalidade
toma conta do ser humano",
em suas palavras, acolhe 3 milhões de nomes das vítimas,
aqueles que foi possível recuperar. Os demais 3 milhões são de
famílias e até comunidades inteiras aniquiladas, sem que tivesse sobrado alguém para
contar as suas histórias.
Lula terminou a visita no
Hall da Memória, em cujo solo
estão os nomes de 22 campos
de concentração. Avivou a chama eterna, sob a qual estão as
cinzas de vítimas dos campos.
Durante o percurso, o presidente brasileiro comentou com
o guia que as duas grandes tragédias da humanidade haviam
sido o Holocausto e a escravidão. O guia retrucou que a escravidão pelo menos passara,
ao passo que os judeus ainda se
sentem ameaçados, no que parece ser uma alusão velada
àqueles que pregam a sua "aniquilação".
(CLÓVIS ROSSI)
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