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QUEM É
Refém, cardeal mediou motim de presos em 94
DA REPORTAGEM LOCAL
No dia 15 de março de
1994, o então arcebispo de
Fortaleza, dom Aloísio Lorscheider visitava o Instituto
Penal Paulo Sarasate, como
de hábito, quando uma rebelião de presos contra as
condições carcerárias tomou-o como refém, com
outros ativistas pelos direitos humanos. Aos presos, d.
Aloísio fez um pedido: que
fosse o último a ser libertado. Nas 19 horas em que passou nas mãos dos rebelados,
o cardeal negociou a libertação dos demais reféns e o fim
do motim.
No dia seguinte a sua libertação, o cardeal deu uma entrevista coletiva: "Para mim,
aumentou o amor por essa
gente, e a necessidade de dedicar-me mais ainda aos
presidiários, que são os excluídos da sociedade."
Nascido em uma família
alemã na cidade de Estrela
(RS), o cardeal esteve à frente do movimento das Comunidades Eclesiais de Base,
que começaram a ser criadas
no início dos anos 60. A participação do laicato, visando
ao fortalecimento da igreja,
foram a marca da intervenção pastoral de d. Aloísio. Na
presidência da CNBB entre
1971 e 1978, ele impulsionou
a tomada de posição antiditatorial da maioria do clero
nacional.
Membro de vários conselhos pontifícios, foi na condição de "papável" que d.
Aloísio compareceu ao conclave de 1978. Mas, convalescente de um infarto, teve
suas chances de suceder a
Paulo 6º reduzidas por motivos de saúde.
No ano passado, o papa
aceitou a renúncia de d.
Aloísio da arquidiocese de
Aparecida, para onde ele se
transferiu após 22 anos como arcebispo de Fortaleza.
Hoje, mora em Porto Alegre.
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