São Paulo, domingo, 17 de abril de 2005

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QUEM É

Refém, cardeal mediou motim de presos em 94

DA REPORTAGEM LOCAL

No dia 15 de março de 1994, o então arcebispo de Fortaleza, dom Aloísio Lorscheider visitava o Instituto Penal Paulo Sarasate, como de hábito, quando uma rebelião de presos contra as condições carcerárias tomou-o como refém, com outros ativistas pelos direitos humanos. Aos presos, d. Aloísio fez um pedido: que fosse o último a ser libertado. Nas 19 horas em que passou nas mãos dos rebelados, o cardeal negociou a libertação dos demais reféns e o fim do motim.
No dia seguinte a sua libertação, o cardeal deu uma entrevista coletiva: "Para mim, aumentou o amor por essa gente, e a necessidade de dedicar-me mais ainda aos presidiários, que são os excluídos da sociedade."
Nascido em uma família alemã na cidade de Estrela (RS), o cardeal esteve à frente do movimento das Comunidades Eclesiais de Base, que começaram a ser criadas no início dos anos 60. A participação do laicato, visando ao fortalecimento da igreja, foram a marca da intervenção pastoral de d. Aloísio. Na presidência da CNBB entre 1971 e 1978, ele impulsionou a tomada de posição antiditatorial da maioria do clero nacional.
Membro de vários conselhos pontifícios, foi na condição de "papável" que d. Aloísio compareceu ao conclave de 1978. Mas, convalescente de um infarto, teve suas chances de suceder a Paulo 6º reduzidas por motivos de saúde.
No ano passado, o papa aceitou a renúncia de d. Aloísio da arquidiocese de Aparecida, para onde ele se transferiu após 22 anos como arcebispo de Fortaleza. Hoje, mora em Porto Alegre.

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