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Brasil elege italiano de oposição a Berlusconi
Expatriados escolheram 12 deputados e 6 senadores; um dos parlamentares vitoriosos é sociólogo radicado em São Paulo
Voto externo registrou participação de 1,2 milhão de italianos; Argentina leva quatro das cinco cadeiras destinadas à América do Sul
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério do Interior da
Itália divulgou ontem os resultados dos votos da comunidade
italiana residente no exterior,
que se divide em quatro áreas
geográficas e elegeu desta vez
12 dos 630 deputados italianos
e 6 dos 322 senadores.
Após a contagem dos mais de
1,2 milhão de cédulas procedentes dos consulados italianos
pelo mundo, a repartição ficou
da seguinte maneira: na Câmara, seis cadeiras foram para o
Partido Democrático (PD); de
centro-esquerda, quatro para o
Povo da Liberdade (PDL), de
direita, liderada pelo bilionário
Silvio Berlusconi e grande vencedor da eleição do último domingo; uma para o Movimento
Associativo de Italianos no Exterior (MAIE) e outra para a
Itália dos Valores (coligada ao
PD). No Senado, três assentos
ficaram com o PDL, dois com o
PD e um com o MAIE.
Das 18 cadeiras preenchidas
no exterior, cinco são da América do Sul. Uma delas será de
Fabio Porta, residente em São
Paulo e eleito pelo partido de
Walter Vetroni (PD), que, na
Itália, chegou em segundo lugar no pleito. Sociólogo de formação e instalado no Brasil
desde 1995, Porta está preparando a mudança para Roma
onde ele já tem apartamento e
onde vivem familiares.
Mas a esposa e as duas filhas,
as três brasileiras, ficarão em
São Paulo. "Voltarei uma vez
por mês", disse à Folha.
Porta promete melhorar a
rede consular italiana no Brasil
e acelerar a avaliação dos pedidos de cidadania.
Embora se sinta incumbido
das mesmas responsabilidades
que qualquer outro parlamentar, Porta afirmou que o fato de
ter sido eleito no exterior trará
um diferencial para sua atuação no plenário. "Levarei para a
Itália um pouco da experiência
e da cultura política brasileira,
isso pode acrescentar muito."
Confessando estranhar ainda o fato de ser chamado de
"deputado", Porta lamentou a
vitória de Berlusconi, mas ressaltou que a coligação liderada
pelo PLD obteve na Câmara
um modesto terceiro lugar no
ranking no exterior.
"Muitos italianos do exterior
se sentem alvejados pelo discurso xenófobo de Berlusconi",
comenta Porta.
Com exceção de Porta, todos
os ganhadores da eleição na
chamada América Meridional,
que reúne os países sul-americanos e alguns do Caribe, são
argentinos -tanto o PLD como
o MAIE elegeram um senador
e um deputado cada um.
(SAMY ADGHIRNI)
Com agências internacionais
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