São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2008

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Brasil elege italiano de oposição a Berlusconi

Expatriados escolheram 12 deputados e 6 senadores; um dos parlamentares vitoriosos é sociólogo radicado em São Paulo

Voto externo registrou participação de 1,2 milhão de italianos; Argentina leva quatro das cinco cadeiras destinadas à América do Sul

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério do Interior da Itália divulgou ontem os resultados dos votos da comunidade italiana residente no exterior, que se divide em quatro áreas geográficas e elegeu desta vez 12 dos 630 deputados italianos e 6 dos 322 senadores.
Após a contagem dos mais de 1,2 milhão de cédulas procedentes dos consulados italianos pelo mundo, a repartição ficou da seguinte maneira: na Câmara, seis cadeiras foram para o Partido Democrático (PD); de centro-esquerda, quatro para o Povo da Liberdade (PDL), de direita, liderada pelo bilionário Silvio Berlusconi e grande vencedor da eleição do último domingo; uma para o Movimento Associativo de Italianos no Exterior (MAIE) e outra para a Itália dos Valores (coligada ao PD). No Senado, três assentos ficaram com o PDL, dois com o PD e um com o MAIE.
Das 18 cadeiras preenchidas no exterior, cinco são da América do Sul. Uma delas será de Fabio Porta, residente em São Paulo e eleito pelo partido de Walter Vetroni (PD), que, na Itália, chegou em segundo lugar no pleito. Sociólogo de formação e instalado no Brasil desde 1995, Porta está preparando a mudança para Roma onde ele já tem apartamento e onde vivem familiares.
Mas a esposa e as duas filhas, as três brasileiras, ficarão em São Paulo. "Voltarei uma vez por mês", disse à Folha.
Porta promete melhorar a rede consular italiana no Brasil e acelerar a avaliação dos pedidos de cidadania.
Embora se sinta incumbido das mesmas responsabilidades que qualquer outro parlamentar, Porta afirmou que o fato de ter sido eleito no exterior trará um diferencial para sua atuação no plenário. "Levarei para a Itália um pouco da experiência e da cultura política brasileira, isso pode acrescentar muito."
Confessando estranhar ainda o fato de ser chamado de "deputado", Porta lamentou a vitória de Berlusconi, mas ressaltou que a coligação liderada pelo PLD obteve na Câmara um modesto terceiro lugar no ranking no exterior.
"Muitos italianos do exterior se sentem alvejados pelo discurso xenófobo de Berlusconi", comenta Porta.
Com exceção de Porta, todos os ganhadores da eleição na chamada América Meridional, que reúne os países sul-americanos e alguns do Caribe, são argentinos -tanto o PLD como o MAIE elegeram um senador e um deputado cada um.
(SAMY ADGHIRNI)


Com agências internacionais


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