São Paulo, sexta-feira, 17 de abril de 2009

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análise

"Bom vizinho" Obama limita Alba chavista

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, promove um encontro de sua Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas) com cada vez menos perspectiva de expandir sua área de influência política e diante dos desafios de tentar lidar com problemas nos dois motores da aliança: a retórica anti-EUA, que busca difícil acomodação na era Obama, e a minguante torrente de petrodólares.
"Pelas evidências que temos, a região deseja trabalhar com Obama para explorar respostas multilaterais para resolver problemas pendentes", diz Riordan Roett, diretor do programa de estudos latino-americanos da Universidade Johns Hopkins.
Por enquanto, a aposta de Chávez e de Cuba tem sido nos últimos dias promover a Alba em contraste à OEA (Organização dos Estados Americanos), à qual se opõem pela presença de EUA e Canadá.
Mas é difícil imaginar o êxito da estratégia se o Brasil não a apoiar, e Brasília tem na expansão da Unasul seu próprio projeto de "OEA do B", sem os vizinhos do norte.
Chávez é obrigado a lidar com o carisma de Barack Obama. Segundo pesquisa do Barômetro de Governabilidade Latino-Americano e da Península Ibérica, de ontem, Chávez é o líder menos popular da região -28% de aprovação contra 70% de Obama e 59% do Luiz Inácio Lula da Silva. Até o jornal oficial cubano "Granma" perguntava-se ontem: "O Grande porrete ou bom vizinho?", em análise sobre as relações entre EUA e latinos.
Mesmo a Bolívia ensaia aproximação. Ontem, a secretária de Estado, Hillary Clinton, enviou carta ao colega boliviano, David Choqueuanca, para discutir a relação.
Enquanto isso, os movimentos políticos internos de Chávez, como mudanças para tirar poder de opositores, preocupam aliados, segundo Roett. "É perturbador."


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