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Presidente quer trocar assistência por ambição
DA REDAÇÃO
No discurso de posse a seus
convidados, o presidente Nicolas Sarkozy disse estar a serviço
da "exigência de reabilitar os
valores do trabalho, do esforço,
do mérito e do respeito, porque
esses valores são o fundamento
da dignidade do ser humano e a
condição do progresso social".
Uma de suas promessas foi a
de inverter a pirâmide que hoje
valoriza o assistencialismo do
Estado e que a seu ver deverá
valorizar bem mais o trabalho e
a ambição individual.
Ele se compromete a isentar
de impostos e encargos as horas suplementares que os assalariados trabalharem além das
35 horas que a lei fixa como limite semanal. Quer também
que a França se torne "uma República de proprietários", com
financiamentos que levem a
metade da população a comprar a casa própria.
Sarkozy evocou ontem a
"exigência da segurança e da
proteção", termos que têm um
duplo sentido: contra os criminosos ele quer nova lei com pena mínima a reincidentes e diminuição da maioridade penal
de 18 para 16 anos.
Quanto à segurança dos empresários e investidores, procurará estimular a inserção à globalização, com garantias a seu
ver atrapalhadas pela rígida legislação trabalhista.
Sarkozy quer ainda aumentar a pensão para os desempregados. Mas eles deixariam de
recebê-la se recusarem três
ofertas sucessivas de emprego.
Também quer uma imigração seletiva, a exemplo da política aplicada no Reino Unido,
em que privilegia o acesso de
pessoas com diploma superior.
O presidente francês, depois
das eleições legislativas de 10 e
17 de junho, pretende convocar
a Assembléia Nacional para um
período extraordinário de trabalhos, em julho e agosto, meses de verão e das férias anuais
francesas. Quer que em cem
dias o básico de suas orientações já esteja transformado em
leis. Entre outras propostas, há
a limitação do direito de greve
nos serviços públicos.
Cerca de 1.500 pessoas participaram ontem à tarde em Paris de uma manifestação de
protesto contra os planos do
novo presidente francês.
Antes de rumar para Berlim,
Sarkozy confirmou ontem apenas duas nomeações. Claude
Guéant, como esperado, será o
ministro-chefe da Casa Civil. É
um antigo e leal assessor. Seu
assessor para questões diplomáticas, Jean-David Levitte,
será embaixador nos EUA.
Hoje deverá ser anunciado o
nome de François Fillon como
primeiro-ministro. A composição do gabinete com 15 pastas
-metade delas reservadas às
mulheres- será anunciada
provavelmente amanhã.
Com agências internacionais
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