São Paulo, quinta-feira, 17 de maio de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Presidente quer trocar assistência por ambição

DA REDAÇÃO

No discurso de posse a seus convidados, o presidente Nicolas Sarkozy disse estar a serviço da "exigência de reabilitar os valores do trabalho, do esforço, do mérito e do respeito, porque esses valores são o fundamento da dignidade do ser humano e a condição do progresso social".
Uma de suas promessas foi a de inverter a pirâmide que hoje valoriza o assistencialismo do Estado e que a seu ver deverá valorizar bem mais o trabalho e a ambição individual.
Ele se compromete a isentar de impostos e encargos as horas suplementares que os assalariados trabalharem além das 35 horas que a lei fixa como limite semanal. Quer também que a França se torne "uma República de proprietários", com financiamentos que levem a metade da população a comprar a casa própria.
Sarkozy evocou ontem a "exigência da segurança e da proteção", termos que têm um duplo sentido: contra os criminosos ele quer nova lei com pena mínima a reincidentes e diminuição da maioridade penal de 18 para 16 anos.
Quanto à segurança dos empresários e investidores, procurará estimular a inserção à globalização, com garantias a seu ver atrapalhadas pela rígida legislação trabalhista.
Sarkozy quer ainda aumentar a pensão para os desempregados. Mas eles deixariam de recebê-la se recusarem três ofertas sucessivas de emprego.
Também quer uma imigração seletiva, a exemplo da política aplicada no Reino Unido, em que privilegia o acesso de pessoas com diploma superior.
O presidente francês, depois das eleições legislativas de 10 e 17 de junho, pretende convocar a Assembléia Nacional para um período extraordinário de trabalhos, em julho e agosto, meses de verão e das férias anuais francesas. Quer que em cem dias o básico de suas orientações já esteja transformado em leis. Entre outras propostas, há a limitação do direito de greve nos serviços públicos.
Cerca de 1.500 pessoas participaram ontem à tarde em Paris de uma manifestação de protesto contra os planos do novo presidente francês.
Antes de rumar para Berlim, Sarkozy confirmou ontem apenas duas nomeações. Claude Guéant, como esperado, será o ministro-chefe da Casa Civil. É um antigo e leal assessor. Seu assessor para questões diplomáticas, Jean-David Levitte, será embaixador nos EUA.
Hoje deverá ser anunciado o nome de François Fillon como primeiro-ministro. A composição do gabinete com 15 pastas -metade delas reservadas às mulheres- será anunciada provavelmente amanhã.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Em posse, Sarkozy evoca jovem mártir comunista
Próximo Texto: Primeira-dama recebe um beijo na boca
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.