São Paulo, sexta-feira, 17 de junho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para ex-líder estudantil, país deverá mudar

DA REDAÇÃO

O Irã atravessa um momento de profunda transformação social, e a manutenção de um regime restritivo e controlador será inviável no futuro próximo, na opinião de uma pioneira da "geração das reformas" -a ex-líder estudantil iraniana Susan Akbarpour. Leia a seguir sua entrevista à Folha, por e-mail. (MSM)

 

Folha - Como a sra. analisa a disputa presidencial no Irã?
Susan Akbarpour -
É uma contenda entre duas formações, a conservadora e a chamada "reformista", que ainda tentam encontrar um caminho para o país mais de 25 anos depois da revolução.
Esse caminho, que ainda não está claro, poderá tornar-se o primeiro passo na busca por um modo democrático de tirar o poder das mãos dos clérigos.

Folha - Alguns especialistas, sobretudo no Ocidente, acreditam que estejamos no início do fim do regime radical islâmico. Qual é sua avaliação?
Akbarpour -
A disputa presidencial, a crise que a precedeu e os problemas políticos ocorridos antes da eleição legislativa do ano passado, na qual milhares de candidatos reformistas foram banidos, evidencia que o regime atual não conseguirá durar muito mais tempo. O Estado e a religião nunca constituíram uma mistura positiva. O islã, como as outras religiões do Irã, continuará a existir, contudo ele não poderá controlar estritamente o comportamento e o modo de pensar.
Cedo ou tarde, a população terá maior abertura para expressar sua opinião, e o desinteresse político que observamos hoje desaparecerá. É impossível conter a vontade de dezenas de milhares de jovens.


Texto Anterior: Eleição iraniana: Bush questiona legitimidade política no Irã
Próximo Texto: Violações e repressão ofuscam avanços sociais
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.