|
Próximo Texto | Índice
Fatah neutraliza o Hamas na Cisjordânia
Em resposta à perda de Gaza para os rivais, grupo do presidente Mahmoud Abbas ataca ministérios e o Parlamento
Militantes do Hamas saquearam em Gaza a casa onde morou Iasser Arafat, líder do Fatah morto em 2004; poder está dividido
DA REDAÇÃO
Procurando ontem assumir
integralmente o controle da
Cisjordânia, o Fatah saqueou e
destruiu instituições ligadas ao
Hamas, grupo islâmico que,
após cinco dias de combates,
desalojou-o na quinta-feira da
faixa de Gaza. Com isso, os dois
territórios palestinos ficaram
divididos em definitivo entre as
duas facções.
Na sede do Parlamento, em
Ramallah, onde o Hamas tem a
maioria no plenário, militantes
do Fatah tomaram o telhado,
dispararam rajadas para o ar e
invadiram o gabinete do vice-presidente Hassan Kreisheh,
ligado ao grupo islâmico. Tentaram seqüestrá-lo, mas foram
impedidos por funcionários.
Comandos do Fatah também
invadiram em Hebron os ministérios da Educação e do Interior. Fizeram o mesmo com o
gabinete do primeiro-ministro.
Em Nablus, a prefeitura, controlada pelo Hamas, foi tomada
de assalto por um grupo que
hasteou a bandeira do Fatah.
Os mesmos militantes seqüestraram altos funcionários do
grupo inimigo e depuseram um
responsável do Ministério de
Assuntos Religiosos.
Em todas as repartições -sábado é dia útil no mundo islâmico- o Fatah avisou que pessoas próximas ao Hamas seriam presas caso comparecessem ao expediente.
Haniyeh controla Gaza
Em Gaza, o Hamas anunciou
que libertaria ainda ontem, embora desarmados, comandantes militares do Fatah que foram presos durante os sangrentos combates da semana.
Um dos líderes do grupo islâmico, Ahmed Bahar, qualificou
ontem de "inconstitucional" a
decisão de Abbas de dar posse a
Salam Fayyad como novo primeiro-ministro. O gabinete
precisaria de aprovação parlamentar. Mas o Parlamento está
há semanas imobilizado, depois que Israel prendeu parte
da bancada islâmica.
Ismail Haniyeh, o premiê do
Hamas exonerado por Abbas
na quinta-feira, continuou,
conforme o previsto, dando as
cartas políticas em Gaza.
Ele ontem nomeou um novo
chefe de polícia, general Said
Fanouna. Um porta-voz de Haniyeh disse que não seriam demitidos em Gaza funcionários
do segundo escalão vinculados
à facção secular deposta.
O governo israelense afirmou que "sem o Hamas, há nova oportunidade de se negociar
a paz" com o novo governo palestino de emergência, que deve tomar posse sem precisar de
aprovação parlamentar, segundo decreto de Abbas.
Ainda em Gaza, militantes do
Hamas saquearam e destruíram a casa do presidente da Autoridade Nacional Palestina
Iasser Arafat, que morreu em
2004. Arafat foi fundador do
Fatah e seu principal dirigente.
O Hamas também proibiu
que seus policiais circulassem
com o rosto coberto por máscaras. Eles o faziam com freqüência, para não serem identificados pelo Fatah.
Com agências internacionais
Próximo Texto: Sucessão de erros coletivos permitiu a tomada de Gaza Índice
|