São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2008

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Brown segue Bush e prega novas sanções contra Irã

DA REDAÇÃO

A União Européia ameaçou adotar novas sanções contra o Irã, que resiste ao pacote de compensações econômicas e tecnológicas oferecido no fim de semana pelo chefe da diplomacia do bloco, Javier Solana, para abandonar seu programa de enriquecimento de urânio.
As retaliações envolveriam petróleo, gás e a indústria iraniana, segundo o premiê britânico Gordon Brown, líder da linha dura européia contra o Irã.
Brown anunciou ontem, após encontro com o presidente americano George W. Bush, o congelamento dos fundos da maior instituição bancária do Irã, o banco governamental Melli. A terceira rodada de sanções contra o Irã, aprovada em março pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, já previa o monitoramento do Melli -que, temendo um eventual bloqueio, retirou grande parte de seus recursos de países europeus.
"O Reino Unido conclamará a Europa a adotar novas sanções -e a Europa concordará", disse Brown aos jornalistas, após o encontro com Bush. "A ação começa hoje [ontem], em uma nova fase de sanções ao petróleo e gás", disse o premiê, elevando o tom das ameaças.

Silêncio europeu
Apesar da retórica britânica, a União Européia não anunciou novas retaliações, cujo alcance pode estar longe do consenso sugerido por Brown. A porta-voz de Solana, Cristina Gallach, disse ontem que os líderes do bloco estão prontos para tomar "uma decisão formal" contra o Irã, mas evitou detalhes sobre as possíveis sanções.
A Alemanha, que exporta anualmente mais de US$ 5 bilhões ao Irã, permanece cautelosa e aguarda uma definição de Teerã sobre a proposta de Solana. Um boicote ao setor energético fragilizaria a economia iraniana, porém a redução na oferta pressionaria ainda mais o preço do petróleo, que bate recorde histórico.
O endurecimento com Teerã, uma demanda antiga da Casa Branca, é um dos objetivos do tour de Bush pela Europa.
A adesão britânica estreita os laços entre Londres e Washington, após as sucessivas reduções nas tropas britânicas no Iraque. Ontem, Gordon Brown prometeu a Bush manter por enquanto os atuais 4.000 militares no país árabe e anunciou o envio de mais 230 militares ao Afeganistão.


Com agências internacionais


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