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BP aceita dar US$ 20 bi a vítimas do vazamento
Barack Obama anunciou ontem o fundo, que será gerido por terceiros
O dinheiro equivale à média de lucros anual da empresa, que diz que suspenderá pagamento de dividendos no ano
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou ontem que a BP (British Petroleum) concordou em financiar um fundo de US$ 20 bilhões para indenizar os afetados pelo vazamento de petróleo no golfo do México.
O anúncio pode beneficiar
politicamente Obama, criticado por parte da opinião pública e até por alguns aliados
por não reagir de forma dura
o suficiente ao vazamento
-o pior desastre ambiental
da história dos EUA, que
completa 60 dias amanhã.
O democrata vinha aumentando a pressão sobre a
BP e ontem se reuniu na Casa
Branca com o presidente da
companhia, Carl-Henric
Svanberg, para finalizar os
termos do acordo.
O dinheiro, segundo Obama, terá gestão independente, e as queixas de pessoas e
negócios afetados economicamente pelo desastre serão
mediadas por Kenneth Feinberg, que já administrou o
fundo de compensações de
vítimas do 11 de Setembro.
Obama disse ontem que
continuará a pressionar a BP
até que a companhia consiga, nos próximos meses, estancar o vazamento, calculado em 35 mil a 60 mil barris
de petróleo por dia.
Ele reiterou o que afirmara
em discurso televisionado na
véspera, quando dissera que
até 90% do óleo derramado
deve ser capturado nos próximos dias ou semanas.
Svanberg pediu desculpas
"ao povo americano" pelo
desastre e disse que a BP "vai
cuidar dos afetados".
TETO
Os US$ 20 bilhões do fundo, que serão pagos em parcelas anuais de US$ 5 bilhões, equivalem à média de
lucros anual da BP nos últimos quatro anos e superam
de longe um teto de US$ 75
milhões estipulado por uma
lei federal dos Estados Unidos para desastres causados
por petrolíferas.
"E [os US$ 20 bilhões] não
são um teto. As pessoas no
golfo têm o meu compromisso de que a BP honrará suas
obrigações", disse Obama.
A companhia concordou
também em suspender o pagamento de dividendos a
seus acionistas no ano, vender ativos e gastar mais US$
100 milhões para compensar
seus trabalhadores de campo
pela suspensão nas perfurações imposta pelo governo
após o vazamento.
Num caso de contornos
políticos cada vez mais fortes, o executivo-chefe da BP,
Tony Hayward, é esperado
hoje em audiência no Congresso dos EUA, na qual deve
ser duramente criticado. Um
representante (deputado) republicano disse que o executivo será "esquartejado".
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