São Paulo, Quinta-feira, 17 de Junho de 1999
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Bush é mais popular e tem rejeição menor

RENATO FRANZINI
de Nova York

O vice-presidente Al Gore inicia sua corrida para substituir Bill Clinton no comando dos EUA com uma grande desvantagem nas pesquisas para o seu mais provável concorrente, o governador do Texas, George W. Bush.
Segundo pesquisa da revista "Newsweek" divulgada nesta semana, o democrata Gore receberia 38% dos votos se a eleição fosse hoje, contra 54% do republicano Bush, numa hipotética disputa entre os dois. Os nomes ainda precisam ser definidos pelos partidos.
Num outro tipo de levantamento, feito pelo instituto Gallup, Gore também está em desvantagem.
Indagados se votariam com certeza em Gore, 18% responderam afirmativamente. Nesse quesito, que mostra eleitores que dificilmente mudarão o voto, o vice-presidente não está tão atrás de Bush, que tem 24% de votos "certos".
Sua grande desvantagem está na quantidade de pessoas que disseram que "definitivamente" não votariam em um dos candidatos, o chamado percentual de rejeição.
Gore é rejeitado por 45% dos entrevistados. Bush, por apenas 27%. Ou seja, o espaço para o crescimento da candidatura de Gore é bem menor que o da de Bush.
Analistas ligados ao partido democrata dizem que isso não é problema, lembrando que o então vice-presidente George Bush (o pai do governador do Texas) estava 17 pontos percentuais atrás do então candidato democrata, Michael Dukakis, seis meses antes da eleição de 88 e acabou sendo eleito.
"Acredito que, em vez de 18 meses, as pessoas vão começar a pensar em pesquisas 18 dias antes das eleições", disse Gore ontem no anúncio de sua pré-candidatura.
Mas a mesma pesquisa do Gallup mostrou que os americanos consideram Bush Jr. mais preparado que Gore para lidar com assuntos de economia (55% a 35%) e política externa (53% a 36%).
A melhora na economia é considerada a grande realização da administração Clinton. Além de não conseguir capitalizar os ganhos na economia, Gore pode ser prejudicado pelos escândalos sexuais de Clinton. Numa pesquisa Gallup no fim de maio, 44% disseram acreditar que Gore "foi longe demais" em sua defesa de Clinton durante o caso Monica Lewinsky.


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