São Paulo, segunda-feira, 17 de julho de 2006

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Ato por López Obrador reúne 900 mil

Em protesto convocado pelo esquerdista, manifestantes pedem recontagem de votos da última eleição

DA REDAÇÃO

Uma manifestação de apoio ao candidato esquerdista à Presidência do México, Andrés Manuel López Obrador, reuniu ontem 900 mil pessoas, segundo os cálculos da polícia, na Cidade do México. Os manifestantes pedem a recontagem dos votos das eleições, após ter sido proclamada a vitória, por estreita margem, do conservador Felipe Calderón.
Entoando o bordão "você não está sozinho", os manifestantes marcharam em direção à praça Zócalo, outrora centro do império asteca e, agora, coração do México moderno.
O tamanho do protesto deu alento à tentativa de López Obrador de ser declarado candidato vencedor das eleições presidenciais, ocorridas no último dia 2.
O Tribunal Federal Eleitoral (Trife) precisa declarar o presidente eleito em 6 de setembro, em decisão inapelável. Ele está investigando a queixa de Obrador, ex-prefeito da Cidade de México, segundo a qual as autoridades eleitorais alteraram a contagem em favor de Calderón, que venceu por 244 mil votos -ou 0,58%.
"Sinto-me triste, com raiva e impotente porque o desejo das pessoas não foi respeitado", afirmou Salvador Torres, que participava do protesto.
Calderón, um ex-ministro da Energia, pediu calma. Observadores da União Européia afirmaram que não houve fraude.
Esperava-se para mais tarde que López Obrador fosse anunciar novos protestos, para manter a pressão sobre o tribunal.
O ex-prefeito inspira apreensão na classe média do país, embora seja idolatrado pelos mais pobres. "As pessoas estão furiosas. Nós não vamos simplesmente voltar para casa. Vamos continuar até que ele seja declarado presidente", disse Francisco Benavides, fazendeiro do Estado de Morelos.
Mas, apesar da habilidade de López Obrador em colocar seus apoiadores nas ruas, pesquisa divulgada pelo jornal "Reforma" mostrou que a maior parte dos mexicanos não concorda com seu pedido de recontagem.
Cerca de 60% das pessoas ouvidas pelo jornal não querem uma nova recontagem, e apenas 37% apóiam a proposta do ex-prefeito. Mas a questão posta aos entrevistados não mencionava as supostas fraudes; apenas perguntava se deveria haver nova contagem.
A maior parte dos mexicanos, segundo a pesquisa, crê que os resultados são válidos, e 75% acreditam que o Tribunal Federal Eleitoral é imparcial.


Com agências internacionais

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