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Ato por López Obrador reúne 900 mil
Em protesto convocado pelo esquerdista, manifestantes pedem recontagem de votos da última eleição
DA REDAÇÃO
Uma manifestação de apoio
ao candidato esquerdista à Presidência do México, Andrés
Manuel López Obrador, reuniu
ontem 900 mil pessoas, segundo os cálculos da polícia, na Cidade do México. Os manifestantes pedem a recontagem dos
votos das eleições, após ter sido
proclamada a vitória, por estreita margem, do conservador
Felipe Calderón.
Entoando o bordão "você não
está sozinho", os manifestantes
marcharam em direção à praça
Zócalo, outrora centro do império asteca e, agora, coração
do México moderno.
O tamanho do protesto deu
alento à tentativa de López
Obrador de ser declarado candidato vencedor das eleições
presidenciais, ocorridas no último dia 2.
O Tribunal Federal Eleitoral
(Trife) precisa declarar o presidente eleito em 6 de setembro,
em decisão inapelável. Ele está
investigando a queixa de Obrador, ex-prefeito da Cidade de
México, segundo a qual as autoridades eleitorais alteraram a
contagem em favor de Calderón, que venceu por 244 mil votos -ou 0,58%.
"Sinto-me triste, com raiva e
impotente porque o desejo das
pessoas não foi respeitado",
afirmou Salvador Torres, que
participava do protesto.
Calderón, um ex-ministro da
Energia, pediu calma. Observadores da União Européia afirmaram que não houve fraude.
Esperava-se para mais tarde
que López Obrador fosse anunciar novos protestos, para manter a pressão sobre o tribunal.
O ex-prefeito inspira apreensão na classe média do país,
embora seja idolatrado pelos
mais pobres. "As pessoas estão
furiosas. Nós não vamos simplesmente voltar para casa. Vamos continuar até que ele seja
declarado presidente", disse
Francisco Benavides, fazendeiro do Estado de Morelos.
Mas, apesar da habilidade de
López Obrador em colocar seus
apoiadores nas ruas, pesquisa
divulgada pelo jornal "Reforma" mostrou que a maior parte
dos mexicanos não concorda
com seu pedido de recontagem.
Cerca de 60% das pessoas
ouvidas pelo jornal não querem
uma nova recontagem, e apenas 37% apóiam a proposta do
ex-prefeito. Mas a questão posta aos entrevistados não mencionava as supostas fraudes;
apenas perguntava se deveria
haver nova contagem.
A maior parte dos mexicanos, segundo a pesquisa, crê
que os resultados são válidos, e
75% acreditam que o Tribunal
Federal Eleitoral é imparcial.
Com agências internacionais
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