São Paulo, terça-feira, 17 de agosto de 2010

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ANÁLISE

Efeito sobre agricultura pode afundar economia combalida

DO "FINANCIAL TIMES"

A resposta demorada das autoridades e da comunidade internacional às enchentes devastadoras no Paquistão faz lembrar o que ocorreu após o Katrina, quando o governo do então presidente americano, George W. Bush, foi duramente questionado por sua lenta reação.
Mas, se o furacão de 2005 destruiu a cidade de Nova Orleans, ele teve pouco impacto econômico sobre o resto dos Estados Unidos.
Infelizmente, o caso das enchentes no Paquistão deve ser bem diferente.
A agricultura, que foi duramente afetada pela tragédia das últimas semanas, representa um quinto de todo o PIB (Produto Interno Bruto) paquistanês.
Mais do que isso, dois terços da população do país asiático têm os seus empregos dependentes, de maneira direta ou indireta, do setor agrícola.

EMPRÉSTIMOS
Numa economia com taxas de juro, inflação e desemprego na casa dos dois dígitos, os efeitos da enchente sobre a exportação e o consumo interno podem se tornar alarmantes.
Para evitar esse cenário, será preciso muito dinheiro. A dívida pública, que quase quebrou o Paquistão no início desta década, hoje em dia se tornou administrável, na casa de metade do PIB.
Mas, a menos que o fluxo de ajuda externa aumente enormemente, a única saída do presidente Asif Ali Zardari para evitar que um terrível desastre humanitário se expanda e afunde a economia do país será a tomada de empréstimos internacionais, a um alto custo.


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