DA REDAÇÃO

Ramzi Binalshibh, o iemenita suspeito de ser um alto integrante da Al Qaeda preso na semana passada em Karachi, está sob custódia dos EUA e foi levado junto com quatro suspeitos para um local secreto fora do Paquistão, disseram ontem autoridades paquistanesas e americanas.
Funcionários do governo americano afirmaram que Binalshibh, 30, acusado de envolvimento nos atentados de 11 de setembro, não foi levado para os EUA.
"Estamos falando com ele", disse um funcionário do governo dos EUA que pediu para não ser identificado.
"Entregamos um total de cinco suspeitos às autoridades norte-americanas, incluindo Ramzi. Eles foram entregues aos EUA e devem ter sido levados para fora do Paquistão", disse o general Rashid Qureshi, porta-voz do governo paquistanês.
As autoridades americanas disseram que Binalshibh e os outros suspeitos detidos na última quarta-feira -aniversário dos ataques de 11 de setembro- foram retirados do país. Eles não revelaram para onde eles haviam sido levados, mas afirmaram que Binalshibh não estava sob custódia de militares.
O presidente George W. Bush disse que a prisão de Binalshibh revela a determinação dos americanos na "guerra ao terror".
"Ele achava que seria o 20º sequestrador", afirmou Bush em Davenport, Iowa. "Ele achou que podia se esconder. Ele achou que ainda poderia ameaçar a América. Mas ele esqueceu que a maior nação na face da Terra está atrás deles, uma pessoa de cada vez."
No Pentágono, o secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, disse que a captura de Binalshibh representava um avanço na guerra ao terrorismo.
"Isso envia uma mensagem aos outros terroristas", disse Rumsfeld. "Quanto mais deles forem pegos, presos e interrogados, mais difícil é recrutar e reter pessoas, levantar fundos, transferir dinheiro, mover-se de um país para outro, mais cuidados eles têm de ter em tudo o que fazem."
Rumsfeld disse que Bush é quem vai decidir se Binalshibh enfrentará uma comissão militar.
O governo alemão desistiu anteontem de pedir a extradição de Binalshibh, que foi membro da célula de Hamburgo da Al Qaeda, da qual fazia parte Mohamed Atta, o suposto líder dos sequestradores. A Alemanha acusou o iemenita de mais de 3.000 mortes por conspirar em solo alemão para planejar os atentados de 11 de setembro nos EUA.
Segundo autoridades americanas, Binalshibh iria se juntar aos outros 19 sequestradores nos EUA em 2000, mas não conseguiu obter um visto de entrada no país.
Ele é um dos membros mais importantes da Al Qaeda a ser capturado no último ano, mas não ocupa um posto tão alto na hierarquia da rede terrorista de Osama bin Laden quanto Abu Zubaydah, preso no Paquistão em março.
Binalshibh foi capturado em Karachi após um tiroteio de três horas. Como Zubaydah, ele foi retirado do país em segredo.
Zubaydah, que foi entregue a autoridades americanas após ser preso em Faisalabad, está em um local secreto fora dos EUA.