Avião com 130 pessoas a bordo deslizou na pista molhada, bateu e pegou fogo; 42 escaparam da aeronave em chamas

Mau tempo pode ter contribuído para acidente, diz governo; desastre revive suspeitas sobre o boom das empresas de baixo custo

DA REDAÇÃO

Um avião que levava turistas à ilha de Phuket, na Tailândia, derrapou ontem ao pousar na pista e bateu em um morro, incendiando-se. Dos 130 ocupantes, 88 morreram, a maior parte devido ao impacto, que dividiu em duas parte o MD-82 da companhia tailandesa de baixo custo One-Two-Go. Escaparam da aeronave em chamas 42 pessoas, que foram encaminhadas a hospitais locais.
O vôo que partiu de Bancoc levava sete tripulantes e 123 passageiros -destes, 78 estrangeiros, a maioria europeus em férias. Não há relato de que houvessem brasileiros a bordo.
Udom Tantiprasongchai, presidente da Orient Thai Airlines, que controla a One-Two-Go, lamentou a tragédia. Ele disse que o piloto era um estrangeiro experiente, mas se recusou a dar mais detalhes. Os dois pilotos morreram, disse o ministro dos Transportes Sansern Wong-Chaum.
Segundo a Agência de Aviação Civil da Tailândia, é muito cedo para determinar as causas do acidente, mas o mau tempo está entre os fatores mais prováveis. "A visibilidade era ruim, e o piloto tentou aterrissar. Ele tentou arremeter, mas o avião perdeu o equilíbrio e bateu", disse Chaisak Angsuwan, diretor-geral da agência.
A aeronave fez duas tentativas de pouso antes de se acidentar. A caixa-preta foi achada e será enviada aos EUA.
Sobreviventes contam que o piloto teria "forçado" a aterrissagem sob chuva e forte turbulência. Um executivo da agência aérea tailandesa, que preferiu não se identificar, disse que o piloto recebeu permissão para abortar o pouso no último momento.

Baixo custo
Quaisquer que sejam as causas, o acidente deve aumentar as preocupações com as condições de segurança oferecidas pelas empresas aéreas de baixo custo do sudoeste asiático, que tiveram uma rápida expansão na última década.
Nenhuma das novas companhias tailandesas tinha, até ontem, sofrido acidentes sérios, mas a seqüência de episódios na região já causou a proibição de vôos de várias companhias na União Européia. Não há, porém, evidências cabais de que empresas de baixo custo estejam mais sujeitas a acidentes.