DA REDAÇÃO

Segundo membros das equipes médicas dos hospitais para onde 30 passageiros do vôo OG269 foram encaminhados, eles relataram tentativas desesperadas de escapar do avião. Muitos quebraram as pernas ao pular da aeronave, que rapidamente ficou envolta por uma nuvem de fumaça negra.
"Vi passageiros se debatendo, pegando fogo, e pisei em cima deles para sair do avião", contou Parinwit Chusaeng, sobrevivente do acidente.
O perigo foi percebido pelos ocupantes do aparelho instantes antes de ele cair. Passageiros contam que a chuva era forte no momento do pouso e, da janela, dava para ver as árvores cederem à força do vento. A aeronave desceu "rápido demais", segundo o tailandês Nong Khaonual.
"O avião estava pousando e dava pra ver que tinha algum problema, porque ele quase aterrissou e depois subiu de novo", contou o irlandês John O'Donnell, da cama do hospital em que estava internado.
"Assim que batemos, tudo ficou escuro e caiu: bagagem, máscaras de oxigênio, tudo. Não parecia real", disse a canadense Mildred Furlong, 23, que chegou a ver o passageiro na sua frente em chamas. Atrás dela, outro chutava a saída de emergência, que resistia em abrir. "Se ele não tivesse conseguido, estaríamos mortos."
Furlong escapou a tempo de deslizar, sem queimaduras graves, por uma das asas do avião.

Espera
Ela e os outros casos menos urgentes esperaram cerca de 45 minutos antes da chegada dos ônibus que os levaram a hospitais. Uma espera imóvel, em silêncio -que Furlong diz ter sido quebrado apenas pelos soluços de um homem, em choro incontido. Ninguém corria mais. Apenas olhavam para as chamas.
"Eu continuei esperando outras pessoas saírem, mas não eram muitas." Só depois ela encontrou com o namorado, tailandês, que também sobreviveu sem queimaduras graves. "Temos muita sorte."