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Projeto é recebido com críticas por republicanos e democratas
DE NOVA YORK
A primeira versão do projeto
de lei do senador Max Baucus
recebeu críticas dos dois lados.
Os republicanos continuam
contra e parte dos democratas
avalia que se trata de uma lei
"fraca demais".
Um dos principais pontos
que ficou de fora do projeto é a
"opção pública", um plano administrado pelo governo para
concorrer com as seguradoras
privadas e estimular serviços
mais baratos e de melhor qualidade. A ideia sofreu críticas da
oposição e de seguradoras e era
defendida pelo presidente
-embora ele tenha dito ao
Congresso na semana passada
que ela não era imprescindível.
Em vez do plano público, o
projeto sugere a criação de planos administrados por cooperativas sem fins lucrativos. O
senador Baucus repetiu ontem
que a proposta "vai ser aprovada pelo Senado".
"Agora nós podemos finalmente aprovar uma legislação
que vai controlar os gastos com
saúde e entregar qualidade e
custo acessível para o povo
americano", disse.
Originalmente, a Câmara dos
Representantes discutia três
projetos e o Senado, dois. A
proposta de Baucus despontou
como a de maior chance de
aprovação por buscar um consenso entre os partidos e conter
diversos elementos defendidos
pelo presidente.
O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, disse que
"somente em Washington alguém poderia pensar que a proposta faz sentido, especialmente nesta economia". O descontentamento foi também o tom
da presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi: "A proposta da Câmara faz mais para
fazer a cobertura acessível para
mais americanos e prevê mais
competição para levar as seguradoras a cobrar preços mais
baixos e melhorar a cobertura".
Já o ex-candidato republicano à Presidência Bob Dole disse
que Obama será tentado a levar
o projeto adiante somente com
o apoio dos democratas. "Alguma lei será aprovada. Mesmo se
for uma receita de bolo, será renomeada reforma da saúde, e
eles farão uma cerimônia de assinatura na Casa Branca", disse
ele ao "Financial Times".
A temporada de negociações
pode estar apenas começando.
Nos próximos dias, o projeto de
Baucus deverá ser discutido no
âmbito da Comissão de Finanças do Senado, onde deverá sofrer alterações. Somente depois
disso será levado para votação.
Sem o apoio dos republicanos, a proposta não deve alcançar os 60 votos para evitar a
obstrução, e o governo pode recorrer a um mecanismo denominado "adequação orçamentária" para que o projeto avance. Na prática, ele permite a
aprovação desde que a proposta conte com 51 votos. Os democratas ainda resistem a essa
ideia porque ela poderia resultar em uma polarização ainda
maior do Congresso.
(JL)
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