São Paulo, quinta-feira, 17 de setembro de 2009

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Premiê do Japão toma posse falando em "mudar a história"

Yukio Hatoyama promete fazer políticas de incentivo ao consumo interno das famílias e limitar poder da burocracia

No dia de posse, Hatoyama, que antes pregava mais independência do Japão ante os americanos, pede diálogo franco com Obama


DA REDAÇÃO

O novo primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama, assumiu o poder ontem com a promessa de reconstruir o lugar da economia do país no cenário global e anunciando a composição de seu gabinete.
A vitória do Partido Democrata do Japão (centro) sobre o tradicional Partido Liberal Democrata (direita), que estava no poder por meio século quase ininterruptamente, marca uma grande mudança política para o Japão, que enfrenta a pior estagnação econômica desde o fim da Segunda Guerra Mundial, com taxas de desemprego recorde, intensificação da deflação e deficit público que beira os 200% do PIB.
"Estou animado com a perspectiva de mudar a história. A batalha começa agora", discursou o novo premiê.
Apesar da promessa de renovação de Hatoyama, o gabinete será formado por políticos experientes: só seis ministros têm menos de 60 anos, e apenas um está com menos de 50.
Hatoyama prometeu cortar o desperdício do setor público, congelar os aumentos de tributos e fazer políticas de incentivo ao consumo das famílias.
Em sua primeira entrevista coletiva, o premiê disse que trabalhará por uma nação com uma verdadeira "soberania popular", em que os políticos, e não servidores públicos, determinam a agenda de políticas.
Além de visar a redução da influência da poderosa burocracia japonesa, Hatoyama quer colocar em prática mudanças em vários setores, desde seguridade social a transportes e agricultura.
Dos 17 ministros, 15 são membros do PDJ. Um é do Novo Partido Popular (direita) e outro do Partido Social Democrata (esquerda).
As duas siglas formam a coalizão que deu a Hatoyama maioria absoluta também na Câmara Alta, após o PDJ ter obtido sozinho quase dois terços da Câmara Baixa. Já o número de cadeiras obtidas pelo PLD despencou de 303 para 119 (de um total de 480).
Em consequência do fracasso eleitoral, Taro Aso, depois de renunciar ao cargo de premiê, também se retirou da presidência do PLD.

Japão e EUA
Outro ponto delicado da transição será o vínculo do Japão com os EUA. Durante a campanha, Hatoyama disse que queria que Tóquio fosse mais independente em relação a Washington.
Agora, o líder japonês disse que a prioridade para o próximo encontro com o presidente dos EUA, Barack Obama, na semana que vem, é estabelecer uma relação de confiança para permitir uma "franca" troca de opiniões e que haja "algum tempo" para se discutir uma revisão profunda dos assuntos de segurança entre Japão e EUA. Entre eles, a questão da presença de tropas americanas em uma base militar em Okinawa.

Com agências internacionais e o "Financial Times"



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