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Premiê do Japão toma posse falando em "mudar a história"
Yukio Hatoyama promete fazer políticas de incentivo ao consumo interno das famílias e limitar poder da burocracia
No dia de posse, Hatoyama, que antes pregava mais independência do Japão ante os americanos, pede diálogo franco com Obama
DA REDAÇÃO
O novo primeiro-ministro do
Japão, Yukio Hatoyama, assumiu o poder ontem com a promessa de reconstruir o lugar da
economia do país no cenário
global e anunciando a composição de seu gabinete.
A vitória do Partido Democrata do Japão (centro) sobre o
tradicional Partido Liberal Democrata (direita), que estava
no poder por meio século quase
ininterruptamente, marca uma
grande mudança política para o
Japão, que enfrenta a pior estagnação econômica desde o
fim da Segunda Guerra Mundial, com taxas de desemprego
recorde, intensificação da deflação e deficit público que beira os 200% do PIB.
"Estou animado com a perspectiva de mudar a história. A
batalha começa agora", discursou o novo premiê.
Apesar da promessa de renovação de Hatoyama, o gabinete
será formado por políticos experientes: só seis ministros têm
menos de 60 anos, e apenas um
está com menos de 50.
Hatoyama prometeu cortar o
desperdício do setor público,
congelar os aumentos de tributos e fazer políticas de incentivo ao consumo das famílias.
Em sua primeira entrevista
coletiva, o premiê disse que trabalhará por uma nação com
uma verdadeira "soberania popular", em que os políticos, e
não servidores públicos, determinam a agenda de políticas.
Além de visar a redução da
influência da poderosa burocracia japonesa, Hatoyama
quer colocar em prática mudanças em vários setores, desde
seguridade social a transportes
e agricultura.
Dos 17 ministros, 15 são
membros do PDJ. Um é do Novo Partido Popular (direita) e
outro do Partido Social Democrata (esquerda).
As duas siglas formam a coalizão que deu a Hatoyama
maioria absoluta também na
Câmara Alta, após o PDJ ter
obtido sozinho quase dois terços da Câmara Baixa. Já o número de cadeiras obtidas pelo
PLD despencou de 303 para 119
(de um total de 480).
Em consequência do fracasso eleitoral, Taro Aso, depois de
renunciar ao cargo de premiê,
também se retirou da presidência do PLD.
Japão e EUA
Outro ponto delicado da
transição será o vínculo do Japão com os EUA. Durante a
campanha, Hatoyama disse
que queria que Tóquio fosse
mais independente em relação
a Washington.
Agora, o líder japonês disse
que a prioridade para o próximo encontro com o presidente
dos EUA, Barack Obama, na semana que vem, é estabelecer
uma relação de confiança para
permitir uma "franca" troca de
opiniões e que haja "algum
tempo" para se discutir uma revisão profunda dos assuntos de
segurança entre Japão e EUA.
Entre eles, a questão da presença de tropas americanas em
uma base militar em Okinawa.
Com agências internacionais e o "Financial Times"
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