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Iraque só evitará guerra se acatar
"todas as exigências", afirma Bush
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, disse ontem que o único
modo como o Iraque pode evitar
uma guerra é entregar todas as
suas armas suspeitas de serem
passíveis de utilização para destruição em massa e permitir que
os inspetores da ONU tenham
acesso a qualquer instalação do
país o mais rápido possível.
"Espero que possamos resolver
o problema sem ações militares.
Mas, se quiser evitar uma ação
militar por parte da comunidade
internacional, o Iraque terá a
obrigação de respeitar todas as
exigências do mundo", declarou.
Bush discursou logo após a assinatura da resolução do Congresso
que lhe concede autoridade para
dar início a uma ofensiva militar
contra o Iraque se necessário.
A assinatura do texto era uma
mera formalidade, mas a Casa
Branca fez questão de realizar
uma cerimônia pomposa para
marcar o fato, contando com a
presença de diversos líderes do
Legislativo de ambos os partidos e
de membros do gabinete.
Porém dois dos mais importantes políticos do Partido Democrata, o líder do partido no Senado
-Tom Daschle- e o líder democrata na Câmara -Richard Gephardt-, não estiveram presentes ao evento. A resolução do
Congresso teve o apoio de ambos
os partidos depois de um acalorado debate sobre a suposta ameaça
representada pelas armas de destruição em massa iraquianas.
Bush foi duro quanto às exigências que Bagdá terá de respeitar.
"O respeito [iraquiano às regras
internacionais] começará com
uma descrição completa e precisa
de todos os materiais químicos,
biológicos e nucleares, além dos
mísseis e outros meios de lançamento de armas. Se isso não for
feito, teremos mais uma prova da
má fé e da agressividade do regime [de Saddam Hussein]."
Bush também pressionou a
ONU a tomar uma posição clara
em relação à questão. "Chegou o
momento em que a ONU tem de
mostrar-se à altura dos propósitos de sua fundação, protegendo
nossa segurança mútua."
O Conselho de Segurança (CS)
da ONU teve ontem seu primeiro
dia de debate aberto sobre o tema
-em meio a protestos de dezenas de países que não fazem parte
do CS. Em dias de debate aberto,
todos os países-membros da organização podem expressar sua
opinião no CS.
Enquanto Bush falava em Washington, Yuri Fedotov, vice-chanceler russo, afirmava, na sede da
ONU, em Nova York, que a resolução proposta pelos EUA na
ONU era inadmissível, indicando
que a proposta francesa, mais
branda, era mais próxima das aspirações do Kremlin. Moscou e
Paris têm direito de veto no CS.
Sharon
Bush provocou um imbróglio
diplomático ao admitir, em encontro com o premiê Ariel Sharon, que Israel, caso o país fosse
atacado pelo Iraque, teria o direito de defender-se. Mais tarde, um
funcionário da Casa Branca explicou que qualquer ação ligada ao
tema teria de ser debatida antes
que Israel atacasse o Iraque. Na
Guerra do Golfo (1991), os EUA
pediram a Israel que não respondesse aos ataques iraquianos.
Com agências internacionais
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