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Construtoras são processadas por critério racial
Seis firmas de Nova York respondem a acusação de pagar em virtude de cor, raça ou país de origem do empregado
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
Seis empresas de construção
em Nova York foram acusadas
de usar critérios de cor, raça ou
país de origem para definir o
valor dos pagamentos de seus
funcionários. O procurador
Andrew Cuomo abriu um processo em que cobra US$ 4 milhões referentes a pagamentos
de horas extras, salários e compensação pela discriminação
entre empregados.
Pela tabela usada pelo dono
das empresas, Michael Mahoney, funcionários brancos de
origem irlandesa recebiam em
média US$ 25 por hora, os negros ganhavam US$ 18, e brasileiros e latinos em geral, US$ 15
pelas mesmas funções.
A investigação começou em
2006. A Procuradoria recebeu
uma série de denúncias de ex-funcionários e de empregados
das empresas (EMC of New
York, FSC Construction, FSC
General Construction, BCM
Construction Contractors Corporation, Eastlake Industries e
Rigid Concrete Construction).
"Nova York é apoiada por
centenas de milhares de trabalhadores da construção que
atuam incansavelmente para
manter a cidade. Negar aos trabalhadores os salários garantidos pelo Estado ou discriminá-los com base em raça e etnia é
uma violação grosseira da lei e
um vergonhoso abuso de poder. O processo é uma mensagem a todos os empresários de
Nova York: atuem conforme as
regras ou vão encarar as consequências", disse Cuomo.
De acordo com o processo,
em alguns casos os funcionários (carpinteiros e operários)
deixavam de receber o equivalente a US$ 600 por mês.
Segundo a denúncia, em vez
da qualificação profissional, a
cor era o critério usado para
contratar empregados para vagas de melhor remuneração,
destinadas aos brancos.
Em média, os empregados
trabalhavam de 60 a 70 horas
por semana e não recebiam pelas horas extras trabalhadas.
Os relatos afirmam ainda que
as empresas não mantinham
registros atualizados das horas
trabalhadas. Os pagamentos
eram feitos semanalmente,
com cheques de várias contas.
Os empregados chegaram a receber cheques sem fundo.
As seis empresas citadas no
processo já atuaram desde
2002 em dez obras de edifícios
residenciais e hotéis em Manhattan e Brooklyn. Em cada
obra, trabalham em média de
20 a 40 funcionários.
Martin Sosa, 28, disse que
trabalhava até 70 horas por semana, incluindo sábados e domingos. Ele foi funcionário da
EMC por 18 meses entre 2005 e
2006 e trabalhou em quatro
obras. "Os irlandeses trabalhavam oito horas por dia e faziam
um pouco de carpintaria. Não
os latinos. Eles faziam tudo, a
parte mais pesada do trabalho."
Segundo Andre Puerta, do
Conselho de Carpinteiros do
Distrito, salários com base racial são muito comuns em empregos não sindicalizados.
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