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São Paulo, segunda-feira, 17 de novembro de 2003

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GUERRA SEM LIMITES

Reivindicação foi feita a diário árabe de Londres; ações foram suicidas, e número de mortos chega a 23

Al Qaeda assume ação na Turquia, diz jornal

DA REDAÇÃO

Um grupo ligado à rede terrorista Al Qaeda reivindicou o duplo atentado em Istambul (Turquia) anteontem, segundo um e-mail enviado ao diário árabe publicado em Londres "Al Quds Al Arabi".
"Demos um golpe mortal após descobrirmos que cinco agentes de inteligência judeus se encontravam nas duas sinagogas no centro de Istambul", disse o grupo denominado Brigadas do Mártir Abu Hafs Al Masri. Os governos turco e israelense não comentaram a reivindicação.
Porém autoridades dos dois países, que estão investigando conjuntamente o duplo atentado, deram declarações indicando que a Al Qaeda é a principal suspeita. O modo como foi realizada a operação -ataques simultâneos em locais diferentes- tem a marca da rede terrorista.
Alvos judaicos foram atingidos em ataques recentes atribuídos a terroristas ligados à Al Qaeda, como em Casablanca (Marrocos), em maio, na Tunísia, em abril de 2002, e no Quênia, em novembro.
O duplo atentado foi cometido por terroristas suicidas dentro de duas vans carregadas com 400 kg de explosivos cada uma delas. A informação foi divulgada ontem por autoridades de segurança da Turquia. Elas acrescentaram que as placas dos veículos eram falsas.
O número de mortos subiu para 23, após mais buscas realizadas ontem nos escombros. Outros 71 feridos estão hospitalizados.
Israel enviou equipes para ajudar nas buscas e nas investigações. Entres os mortos há seis judeus. As demais vítimas eram muçulmanos que estavam perto das sinagogas. A Turquia, majoritariamente islâmica, tem fortes laços diplomáticos e militares com Israel e uma antiga comunidade judaica de cerca de 30 mil membros. O país também é um tradicional aliado dos EUA.
Quatro pessoas chegaram a ser presas pelas autoridades turcas, mas depois foram soltas.
O premiê turco, Tayyip Erdogan, disse que levará à Justiça os responsáveis pelos atentados. "Nossa determinação é lutar contra o terrorismo na arena internacional. [Os ataques] têm ligações internacionais", disse.
O chanceler de Israel, Silvan Shalom, que viajou para Istambul, disse: "Os ataques covardes foram cometidos por extremistas que não querem ver países compartilhando valores como a democracia e a liberdade."
O premiê de Israel, Ariel Sharon, afirmou que o "atentado de ontem [anteontem] mostra que o terror não tem fronteiras. O terrorismo não faz discriminação de religião ou sangue".
Israel alertou o governo da Turquia pelo menos duas vezes neste ano de que poderiam ocorrer atentados em território turco.

Turismo
Há o temor de que o duplo atentado terrorista de anteontem possa afetar o turismo na Turquia. O setor turístico é uma das principais fontes de divisas do país.
No ano passado, cerca de 300 mil israelenses viajaram para a Turquia. Por enquanto, as autoridades israelenses não divulgaram nenhuma nota advertindo sobre os riscos de visitar o país.
Várias manifestações foram realizadas na Turquia ontem para condenar os atentados.


Com agências internacionais


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