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Ciclone varre Bangladesh e mata pelo menos 606
Acesso às áreas atingidas é difícil e número de vítimas, provisório, continua a subir
Sistema de abrigos e alarme do país asiático, onde ciclone matou 500 mil em 1970, ainda é insuficiente apesar da vulnerabilidade
Farjana Khan Godhuly/Associated Press
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Parentes choram a morte de Golak e Kumila Sorkar, vítimas do ciclone Sidr, no vilarejo de Goyara, 320 km ao sul da capital
DA REDAÇÃO
A passagem do ciclone Sidr
por Bangladesh arrasou cidades, destruiu as redes elétrica e
telefônica no sudoeste do país e
matou pelo menos 606 pessoas
-segundo o mais recente balanço oficial do Ministério de
Gestão de Desastres.
Ventos de até 240 quilômetros por hora atingiram a costa
bengalesa na noite de quinta e
madrugada de sexta-feira, elevando o nível do mar e do rio
Ganges, que inundaram casas.
Com muitas áreas ainda incomunicáveis, o número de vítimas continua a subir.
"Neste momento estamos
em completa obscuridade e não
sabemos nada", disse à agência
de notícias Efe um funcionário
do Centro de Controle do Ministério de Gestão de Desastres, em Dacca. O centro registra 192 desaparecidos, mas adverte que os números são provisórios. As agências de notícias locais estimam que os mortos já passam de 1.100.
"Pensei que nunca mais veria
a minha família. Há um rastro
de destruição em todo lugar.
Sequer conseguimos detectar
onde estavam as nossas casas
-restam poucas de pé, todas
elas destelhadas", relata o empresário Mollik Tariqur, de Bagerhat, um dos distritos mais
devastados.
Depois de assolar o sudoeste,
o ciclone perdeu força e se converteu em tempestade tropical
no centro do país, de onde seguiu para a Índia. Os fortes ventos, porém, persistem na capital e na cidade portuária de
Chitagong, dificultando os trabalhos de resgate.
Bangladesh, uma das nações
mais pobres da Ásia, é periodicamente atingida por ciclones e
tempestades. Em 1970, um ciclone matou meio milhão de
pessoas. Desde então, o país desenvolveu um sistema de alarmes e abrigos públicos -que
não impediu a morte de 140 mil
pessoas em 1991, durante uma
tempestade tropical.
Apesar da ajuda internacional, intensificada após 1991, a
proteção bengalesa continua
distante do mínimo necessário
diante da violência dos fenômenos climáticos.
De acordo com o Crescente
Vermelho -a Cruz Vermelha
em países muçulmanos-, cerca de 3,2 milhões de pessoas
deixaram suas casas em 15 distritos, a maioria na região de
Barisal, para fugir do Sidr. Não
mais que 620 mil, porém, puderam se alojar nos abrigos governamentais. A maioria simplesmente buscou refúgio em terras mais altas.
Cerca de 60% dos bengaleses
vive a menos de dez metros do
nível do mar e as casas de bambu e barro comuns no país têm
pouca resistência às tempestades, aumentando o potencial de
destruição. A maioria dos corpos já resgatados foi encontrada em escombros de casas que
desabaram.
Com agências internacionais
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