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Vaticano critica os EUA por tratar o ex-ditador "como uma vaca"
DA REDAÇÃO
Um alto clérigo do Vaticano e
crítico da Guerra do Iraque disse
ontem que ele sentia "compaixão" por Saddam Hussein e repreendeu os EUA por divulgar
imagens de vídeo em que o ex-ditador é "tratado como uma vaca".
"Senti pena ao ver esse homem
destruído, sendo tratado como
uma vaca enquanto examinavam
seus dentes", disse o cardeal Renato Martino, 71, presidente do
Conselho do Vaticano para a Justiça e Paz. As declarações foram
dadas durante entrevista coletiva.
"Vendo-o assim, um homem
em sua tragédia, apesar de toda a
culpa que ele carrega, tive um sentimento de compaixão por ele",
disse Martino, em referência às
imagens nas quais um médico
americano examinava a boca de
Saddam com uma lanterna logo
após sua captura, no sábado.
As declarações de Martino foram as primeiras feitas pelo Vaticano, a sede da Igreja Católica, e
as últimas da série de ataques de
cardeais contra a ocupação do
Iraque liderada pelos EUA.
O papa João Paulo 2º se opôs à
guerra e pediu uma solução com
o envolvimento da ONU.
Martino reiterou a oposição da
Igreja Católica à pena de morte
-que está sendo cogitada-, embora tenha afirmado que Saddam
deveria ser julgado em um local
apropriado. Ele não especificou se
esse local seria o Iraque, uma corte internacional ou os EUA.
O cardeal disse, no entanto, que
a prisão de Saddam foi um "divisor de águas", que pode significar
um período de paz e democracia
para o Iraque.
No passado, Martino disse que a
guerra preventiva -um dos pilares da Doutrina Bush- é "uma
guerra de agressão e não faz parte
da definição de uma guerra justa"
e que a intervenção americana era
"unilateralismo".
Com agências internacionais
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