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Polícia bateu
em agressor de Bush, diz irmão
DA REDAÇÃO
Um irmão de Muntader al
Zaidi, 29, disse ontem que o
jornalista levou uma coronhada de rifle na cabeça e teve um braço quebrado depois de ter sido detido no domingo por atirar seus sapatos contra o presidente dos
EUA, George W. Bush, a
quem chamou de "cachorro"
-duas das mais graves ofensas na cultura islâmica, que
considera tanto o objeto
quanto o animal impuros.
Autoridades iraquianas
negam maus tratos.
Al Zaidi ontem foi ouvido
por um juiz e "admitiu sua
ação", disse o porta-voz do
Conselho Judicial. Hoje há
nova audiência.
Nessa fase inicial do processo (investigatória), serão
definidos os artigos de lei que
o jornalista infringiu. A ONG
Repórteres Sem Fronteiras
consultou o Ministério do
Interior e recebeu como resposta que ele "foi detido em
flagrante, em virtude dos artigos 223, 225 e 227 do Código Penal iraquiano".
Sem estipular um prazo
para punição, o primeiro
prevê prisão para quem
atente contra o presidente
iraquiano ou chefe de Estado
em visita oficial ao país. O último determina prisão máxima de dois anos e multa por
ofensa ao chefe de Estado estrangeiro no Iraque.
"Ele será processado pelo
insulto e será preso por isso",
declarou o criminalista iraquiano Ali Ahmed Mansour.
Já o artigo 225, cuja pena
máxima é sete anos de prisão, define como crime "insultar publicamente o presidente". Para condenar Al
Zaidi nessa infração, o juiz
teria que equiparar o premiê
Nuri al Maliki ao termo "presidente" que consta da lei (de
1969). Mais que isso, teria
que decidir que o insulto a
Bush foi também uma ofensa
ao primeiro-ministro.
Apesar do processo, o jornalista segue incensado. Na
Arábia Saudita, informou o
"New York Times", um magnata quer pagar até US$ 10
milhões por um dos sapatos
lançados em Bush.
Com agências internacionais
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