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Polícia acha dinamite em loja de departamento em Paris
Grupo assume ação e ameaça com atentado se franceses não deixarem o Afeganistão
Até ontem desconhecida, Frente Revolucionária Afegã motiva autoridades a fortalecerem medidas de segurança por todo o país
DA FRANCE PRESSE
Após receber indicações da
Frente Revolucionária Afegã
(FRA), um grupo até ontem
desconhecido, a polícia encontrou cinco bananas de dinamite
sem detonadores numa das
mais movimentadas lojas de
departamento da França, a
Printemps, situada no boulevard Haussmann, uma das vias
mais emblemáticas de Paris.
Os artefatos "relativamente
velhos", na definição da ministra do Interior, Michele Alliot-Marie, estavam num banheiro
no terceiro andar do prédio,
que tinha cerca de 4.000 pessoas em seu interior quando a
polícia começou a esvaziá-lo.
A unidade é a mais conhecida
da rede. Conta com 2.000 funcionários e recebe diariamente
100 mil clientes.
O comunicado da FRA, que
pede a retirada das tropas francesas do Afeganistão antes de
fevereiro, foi inicialmente enviado à France Presse, que o encaminhou às autoridades.
No texto, o grupo diz que, se
os militares franceses não forem retirados do Afeganistão,
"passaremos à ação em suas
grandes lojas capitalistas e,
desta vez, sem avisar".
Atualmente há cerca de
2.800 franceses no Afeganistão, membros do corpo da Otan
(aliança militar ocidental) em
ação no país.
Um antigo juiz antiterrorista
francês que leu a carta relatou,
sob anonimato, que a linguagem não é habitual de militantes islâmicos -não tem referências religiosas e faz alusão,
inédita em mensagens desses
grupos, a "lojas capitalistas".
Segundo uma fonte policial, o
grupo é desconhecido dos serviços de inteligência franceses.
Horas depois da ação na loja,
autoridades reagiram. "A vigilância do terrorismo é a única
política possível. Vigilância,
porque desgraçadamente pode
ocorrer qualquer coisa, e firmeza, pois não se pode compactuar com o terrorismo", disse o
presidente Nicolas Sarkozy.
No Senado, Alliot-Marie
anunciou o reforço das medidas de segurança em Paris e outras cidades. Hoje, está previsto
encontro de policiais, serviços
de inteligência e de transportes
públicos para tratar do tema.
A última ação terrorista reivindicada por islâmicos na capital francesa foram três ataques a bomba no metrô em
1995 -num ponto da cidade
próximo da loja visada ontem.
A ação, que matou oito pessoas e deixou 200 feridos, foi
reivindicada pelo argelino GIA
-a Argélia foi colônia francesa
até os anos 60 e tem histórico
de milícias de combate à antiga
potência colonial.
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