|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Autor de medida é acusado de intimidar grupo
DE BUENOS AIRES
O secretário de Comércio Interior argentino, Guillermo
Moreno, que assina a resolução
contrária aos negócios do Grupo Clarín em TV a cabo, é considerado o "xerife" do kirchnerismo na relação do governo
com o empresariado.
Moreno disciplina a política
de preços dos distintos setores
empresariais e é visto como
responsável pelas polêmicas
mudanças administrativas no
Indec (Instituto Nacional de
Estatísticas e Censos), ainda no
governo Néstor Kirchner
(2003-2007), a partir das quais
o instituto passou a ser suspeito de manipular os índices de
inflação.
Atualmente, o secretário
pressiona os produtores de carne, acenando com a suspensão
das licenças de exportação, caso não seja revertida a tendência de alta no preço do produto.
Partem também de sua secretaria medidas restritivas à
entrada de produtos brasileiros
na Argentina, responsáveis pela acentuação dos atritos na relação comercial bilateral.
A Moreno atribui-se o hábito
de manter diálogos recheados
de expressões chulas e com duplo sentido sexual.
Ele também é acusado de
possuir em seu gabinete na Casa Rosada um revólver, que teria exibido em algumas ocasiões a interlocutores, durante
rodadas de negociação.
O Grupo Clarín denunciou
Moreno no mês passado por
"ameaça e intimidação", com
base no relato de um conselheiro da empresa de papel-jornal
Papel Prensa, segundo o qual o
secretário divulgou a intenção
do governo de expropriar a empresa, que tem o Grupo Clarín
como sócio majoritário.
Moreno teria dito aos conselheiros que possui a seu serviço
especialistas "em quebrar colunas e fazer saltar os olhos", de
quem o desafiasse divulgando o
teor da conversa.
Moreno reagiu pedindo à
Justiça exame de "sanidade
mental" do diretor de Comunicações Externas do Grupo Clarín, Jorge Rendo, que é diretor
da Papel Prensa e assinou a denúncia contra o secretário.
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Memória: Fusão foi aprovada por Kirchner Índice
|