São Paulo, quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

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Autor de medida é acusado de intimidar grupo

DE BUENOS AIRES

O secretário de Comércio Interior argentino, Guillermo Moreno, que assina a resolução contrária aos negócios do Grupo Clarín em TV a cabo, é considerado o "xerife" do kirchnerismo na relação do governo com o empresariado.
Moreno disciplina a política de preços dos distintos setores empresariais e é visto como responsável pelas polêmicas mudanças administrativas no Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos), ainda no governo Néstor Kirchner (2003-2007), a partir das quais o instituto passou a ser suspeito de manipular os índices de inflação.
Atualmente, o secretário pressiona os produtores de carne, acenando com a suspensão das licenças de exportação, caso não seja revertida a tendência de alta no preço do produto.
Partem também de sua secretaria medidas restritivas à entrada de produtos brasileiros na Argentina, responsáveis pela acentuação dos atritos na relação comercial bilateral.
A Moreno atribui-se o hábito de manter diálogos recheados de expressões chulas e com duplo sentido sexual.
Ele também é acusado de possuir em seu gabinete na Casa Rosada um revólver, que teria exibido em algumas ocasiões a interlocutores, durante rodadas de negociação.
O Grupo Clarín denunciou Moreno no mês passado por "ameaça e intimidação", com base no relato de um conselheiro da empresa de papel-jornal Papel Prensa, segundo o qual o secretário divulgou a intenção do governo de expropriar a empresa, que tem o Grupo Clarín como sócio majoritário.
Moreno teria dito aos conselheiros que possui a seu serviço especialistas "em quebrar colunas e fazer saltar os olhos", de quem o desafiasse divulgando o teor da conversa.
Moreno reagiu pedindo à Justiça exame de "sanidade mental" do diretor de Comunicações Externas do Grupo Clarín, Jorge Rendo, que é diretor da Papel Prensa e assinou a denúncia contra o secretário.


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