São Paulo, quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

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memória

Fusão foi aprovada por Kirchner

DE BUENOS AIRES

Em dezembro de 2007, Néstor Kirchner -marido e antecessor da atual presidente, Cristina Kirchner- assinou um de seus últimos atos de governo.
Era a aprovação da fusão das empresas Multicanal e Cablevisión, com a qual o Grupo Clarín conquistou a liderança no mercado de TV a cabo argentino. Hoje, a empresa possui 2,3 milhões de assinantes, que representam 47% do total.
Estudos acadêmicos sobre a relação de Kirchner com a mídia sugerem que houve pressão oficial sobre a Comissão de Defesa da Concorrência por parecer favorável à fusão. O ato de Kirchner é considerado um símbolo da amistosa relação que seu governo manteve com o Clarín.
Antes, ele havia promulgado a Lei de Bens Culturais, que estabeleceu limite de 30% à participação acionária de estrangeiros em empresas de comunicação do país. A medida foi tomada quando o setor, que via suas dívidas em dólar dispararem, necessitava se recapitalizar, mas almejava garantias de algum limite à participação estrangeira na propriedade dos meios de comunicação. Por atender os interesses do maior conglomerado de mídia argentino, a medida foi apelidada de Lei Clarín.
Mas no governo Cristina a relação com o Grupo Clarín ficou tensa. Uma das razões seria o desagrado do governo com a cobertura do "Clarín" sobre a disputa entre Cristina e o agronegócio, em 2008.
O bordão "O que há, Clarín? Está nervoso?", cunhado por Kirchner, no entanto, é apontado por analistas argentinos como indício de que há ainda outros interesses em jogo.


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