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memória
Fusão foi aprovada por Kirchner
DE BUENOS AIRES
Em dezembro de 2007,
Néstor Kirchner -marido
e antecessor da atual presidente, Cristina Kirchner- assinou um de seus
últimos atos de governo.
Era a aprovação da fusão
das empresas Multicanal e
Cablevisión, com a qual o
Grupo Clarín conquistou a
liderança no mercado de
TV a cabo argentino. Hoje,
a empresa possui 2,3 milhões de assinantes, que
representam 47% do total.
Estudos acadêmicos sobre a relação de Kirchner
com a mídia sugerem que
houve pressão oficial sobre a Comissão de Defesa
da Concorrência por parecer favorável à fusão. O ato
de Kirchner é considerado
um símbolo da amistosa
relação que seu governo
manteve com o Clarín.
Antes, ele havia promulgado a Lei de Bens Culturais, que estabeleceu limite de 30% à participação
acionária de estrangeiros
em empresas de comunicação do país. A medida foi
tomada quando o setor,
que via suas dívidas em
dólar dispararem, necessitava se recapitalizar, mas
almejava garantias de algum limite à participação
estrangeira na propriedade dos meios de comunicação. Por atender os interesses do maior conglomerado de mídia argentino, a medida foi apelidada
de Lei Clarín.
Mas no governo Cristina a relação com o Grupo
Clarín ficou tensa. Uma
das razões seria o desagrado do governo com a cobertura do "Clarín" sobre
a disputa entre Cristina e o
agronegócio, em 2008.
O bordão "O que há, Clarín? Está nervoso?", cunhado por Kirchner, no
entanto, é apontado por
analistas argentinos como
indício de que há ainda outros interesses em jogo.
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