Mensagem, cujo conteúdo não foi revelado, foi entregue na semana passada, na visita oficial do enviado dos EUA ao país

Stephen Bosworth diz não ter recebido réplica e não poder garantir retorno do regime às negociações, como Pyongyang anunciara

DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, Barack Obama, enviou carta cujo conteúdo não foi revelado ao ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-il, por meio de seu enviado ao país, Stephen Bosworth, que, na semana passada, realizou uma visita de três dias a Pyongyang -a primeira oficial de um membro do alto escalão do atual governo.
Bosworth se recusou ontem a comentar a mensagem, confirmada por Washington. Ele se limitou a dizer que não recebeu nenhuma réplica do regime norte-coreano -o enviado dos EUA não se reuniu com Kim.
A viagem de Bosworth à Coreia do Norte culminou o processo de distensão promovido entre o país e os EUA, que teve início em julho, logo após a crise desatada pela realização por Pyongyang do seu segundo teste nuclear, em maio deste ano.
A detonação do artefato deu origem a uma escalada de tensões na região, inclusive com o disparo de uma série de mísseis balísticos de médio alcance pelo regime de Kim Jong-il, e custou à Coreia do Norte uma nova rodada de sanções pela ONU.
Na última sexta, Pyongyang chegou a emitir comunicado oficial dizendo que o país está disposto a reatar negociações no âmbito do Grupo dos Seis -que inclui as duas Coreias, EUA, Japão, China e Rússia.
Ontem, no entanto, o enviado americano rebaixou as expectativas de retomada da via diplomática na polêmica nuclear. "Não posso dizer se eles tomaram essa decisão estratégica [de voltar ao Grupo dos Seis] ou se não a tomaram."
A Coreia do Norte abandonou as negociações em abril em retaliação à condenação, pela ONU, do disparo de um foguete -que o Ocidente suspeitava ser um protótipo de míssil balístico de longo alcance.
Ainda no governo George W. Bush (2001-09), o regime aceitara suspender seu programa por concessões econômicas.
Bosworth acrescentou que a eventual retomada das negociações com Pyongyang deve contemplar o nascente programa de enriquecimento de urânio do regime. Atualmente, o programa nuclear norte-coreano é baseado na produção de plutônio, o que era o centro das negociações com as potências.
Bosworth disse ainda ter rejeitado pedidos norte-coreanos de retirada das sanções da ONU antes da volta às conversas e exortado Pyongyang a não realizar um novo teste nuclear.

Com agências internacionais

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