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Tensão política aumenta após dois assassinatos
DA REDAÇÃO
Dois homicídios em Honduras nesta semana voltaram a esquentar o clima político no
país, cuja crise não se resolveu
com a eleição presidencial do
último 29 de novembro.
Ontem, a polícia informou
que a filha de uma jornalista
hondurenha pró-golpe foi morta a tiros por dois homens a
bordo de motocicletas.
Catherine Nicolle Rodríguez,
16, estava grávida de oito meses
-o bebê sobreviveu e está internado em estado grave. A
mãe dela, Carol Cabrera, é
apresentadora de um programa na TV estatal.
Já na madrugada de segunda-feira foi morto o ativista gay
Walter Tróchez, 27, que era um
participante da Frente de Resistência, de apoio ao líder deposto Manuel Zelaya. Ele também recebeu tiros quando caminhava por Tegucigalpa.
A polícia, sob o comando de
Roberto Micheletti, prometeu
investigar "exaustivamente" os
dois crimes. Tróchez já havia
sido sequestrado brevemente
em 5 de dezembro e denunciara à OEA (Organização dos Estados Americanos) que estava
sendo ameaçado.
Micheletti disse ontem que
Catherine "foi assassinada por
pistoleiros da Resistência [pró-Zelaya]". "Eles são os assassinos dessa moça de 16 anos.
Quero pedir ao canal 36, à rádio
Globo e à rádio Progresso que
terminem com essa campanha
de ódio", continuou, citando
órgãos de imprensa pró-Zelaya,
alguns parcialmente fechados
por ordem de seu governo.
Ativistas de direitos humanos contabilizam, até outubro,
22 mortes ligadas à crise política -números que se juntam e
confundem ao índice de homicídios por delinquência comum, um dos mais altos das
Américas.
"Estamos desprotegidos,
abandonados pela comunidade
internacional. Com respeito às
execuções, às violações de direitos humanos, a comunidade
internacional disse muito pouco", disse à Folha ontem Fabricio Herrera, do Grupo Sociedade Civil, ONG hondurenha que
reúne 12 setores, de camponeses a empresários, e é designada por lei para acompanhar
gasto antipobreza.
Com agências internacionais
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