|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IRAQUE OCUPADO
Maioria das mortes ocorreu no pós-guerra; coalizão perdeu mais 93 militares de outras nacionalidades
EUA perdem o 500º soldado no Iraque
DA REDAÇÃO
Um ataque na cidade de Taji
(que matou três soldados americanos e dois membros da Defesa
Civil iraquiana) elevou ontem para 500 o número de soldados dos
EUA mortos desde a invasão do
Iraque, em 20 de março. Segundo
o Pentágono, 72% das baixas
ocorreram após o fim dos principais combates, em 1º de maio.
Outros dois soldados foram feridos no incidente. Todas as vítimas estavam em um veículo militar que foi atacado com um explosivo em uma estrada perto de Taji,
30 km ao norte de Bagdá e no
meio do Triângulo Sunita, bastião
do regime deposto.
Segundo o comando americano, três homens que deixavam o
local em um caminhão branco foram capturados, e material explosivo foi apreendido com eles.
A maior parte das 500 baixas
americanas até agora ocorreu em
ataques iraquianos: a guerra causou 115 mortes, e os ataques da insurgência, outras 231. O saldo é
bem mais grave para Washington
do que o da Guerra do Golfo
(1991), quando foram mortos 315
soldados americanos entre ações
hostis e não-hostis.
Além disso, a coalizão perdeu
93 soldados de outras nacionalidades -britânicos, italianos, espanhóis e poloneses, em sua
maioria. Entre eles 44 foram mortos em ataques no pós-guerra e 16
em ações não-hostis no período.
Apesar dos números, os ataques
contra as forças de ocupação vêm
caindo drasticamente diante da
intensificação das operações contra a insurgência e após a captura
do ex-ditador Saddam Hussein
pelos EUA, em 13 de dezembro.
Durante o pico de ataques, entre
setembro e outubro de 2003, eram
mais de 35 por dia. Hoje, são menos de 50 por semana.
Também ontem, os EUA anunciaram a libertação de 20 jordanianos detidos no Iraque e a prisão de um comandante local da
insurgência em Tikrit.
O Pentágono prevê que sua presença militar no Iraque siga pelo
menos até 2006 -atualmente,
ocorre um rodízio de seus cerca
de 123 mil militares no país.
Politicamente, no entanto,
Washington pretende deixar o
Iraque em 30 de junho, quando
transferirá o poder a um governo
interino eleito indiretamente.
O modelo vem gerando críticas
por parte de um dos principais líderes xiitas do país -o aiatolá Ali
al Sistani. Na sexta-feira, o chefe
da administração provisória dos
EUA no Iraque, Paul Bremer, se
reuniu com o presidente George
W. Bush para debater as sugestões de Al Sistani.
Após o encontro, Bremer afirmou que eventuais sugestões poderão ser acrescentadas ao modelo americano, mas este permanecerá igual em sua essência -o
prazo e o sistema indireto de voto.
Amanhã, Bremer e membros
do Conselho de Governo Iraquiano debatem a questão com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan. Os EUA querem que o organismo internacional convença Al
Sistani da inviabilidade de um
pleito direto neste ano, sem que
haja uma nova Constituição e um
censo nacional de eleitores.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Disputa: Opção do moderado Khatami pela negociação perde fôlego no Irã Próximo Texto: Panorâmica - EUA: Bush promete intensificar combate ao desemprego Índice
|