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ORIENTE MÉDIO
Premiê ameaçou sair
Reforma causa racha entre Arafat e Korei
DA REDAÇÃO
A reforma financeira da ANP
(Autoridade Nacional Palestina)
provocou uma discussão entre o
presidente palestino, Iasser Arafat, e o premiê Ahmed Korei.
Os palestinos precisam realizar
a reforma para continuar recebendo a ajuda financeira externa
-especialmente da União Européia-, que teria caído pela metade desde 2001.
O principal obstáculo para um
acordo entre Arafat e Korei é o pagamento de salários das forças de
segurança palestinas. O premiê
defende que o dinheiro seja dado
diretamente aos funcionários da
segurança palestina, por meio de
contas bancárias, como exigem os
doadores. Já Arafat é a favor da
manutenção do atual sistema, no
qual as autoridades de segurança
recebem o dinheiro e o distribuem para os seus subalternos da
forma que desejarem.
A União Européia, principal
doadora dos palestinos, exige que
haja mais transparência no controle das finanças palestinas para
elevar a ajuda.
No sábado, após aprovação da
nova forma de pagamento no gabinete palestino, Arafat ficou irritado e discutiu com Korei. Segundo autoridades palestinas, o premiê ameaçou renunciar.
Na Alemanha, onde se encontrou ontem com o ministro das
Relações Exteriores alemão,
Joschka Fischer, Korei negou a
ameaça de renúncia. No ano passado, Korei havia ameaçado renunciar por disputas com Arafat
sobre o controle da segurança.
O premiê queria que a aprovação ocorresse antes de sua viagem
a países europeus para que pudesse mostrar resultados da reforma. Segundo ele, os europeus o
cobrariam sobre o tema.
A ajuda internacional corresponde a 60% do orçamento palestino, e os europeus estão insatisfeitos com a demora na implementação de reformas.
Gaza
Jibril Rajoub, principal assessor
de segurança de Arafat, disse ontem que a ANP tem condições de
assumir o controle da faixa de Gaza caso os israelenses levem
adiante o plano de saída unilateral
de boa parte da região.
Israelenses que criticam a retirada têm afirmado que o grupo
terrorista Hamas poderia aproveitar o vazio de poder em caso de
desocupação israelense para assumir o controle da faixa de Gaza.
Barreira
O ministro da Justiça de Israel,
Yosef Lapid, afirmou ontem que
os israelenses ganhariam mais
comparecendo à Corte Internacional de Justiça em Haia (Holanda) na semana que vem do que
boicotando a audiência que servirá de base para analisar a legalidade da barreira que o país está
construindo para separar o seu
território da Cisjordânia. Sua posição contrasta com a do governo
do qual faz parte, que decidiu não
enviar representantes à corte.
Para Lapid, que integra o Shinui
-partido mais moderado da
coalizão do premiê Ariel Sharon-, a corte é um excelente palanque para Israel utilizar com o
objetivo de dar publicidade aos
motivos que levaram o país a
construir a barreira. Os israelenses afirmam que ela serve para
impedir atentados terroristas; os
palestinos, que ela serve para incorporar áreas palestinas.
Com agências internacionais
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