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Democrata imita Bush e pede "compromisso"
DE WASHINGTON
Mudam os governos e, com
eles, os teores dos e-mails, mas
as táticas são semelhantes. A
convocação para que a base
eleitoral de Barack Obama faça
uma "promessa" ou se "comprometa" (to pledge, em inglês)
pelo Orçamento lembra as propagandas dos programas para
abstinência sexual entre adolescentes apoiados pelo governo de seu antecessor, o republicano George W. Bush.
Na sexta passada, os 13 milhões de cadastrados pela Organizing for America começaram
a receber um correio eletrônico
assinado por David Plouffe -o
estrategista principal da campanha vitoriosa do democrata à
Presidência, que recusou um
cargo na Casa Branca para dar
palestras e tocar essa organização, criada horas depois da eleição de novembro.
Nele, o marqueteiro pede que
os destinatários se comprometam a lutar pelo Orçamento, a
convencer outras pessoas a fazer o mesmo e a fazer reuniões
em suas casas no fim de semana
para discutir a lei com familiares, amigos e vizinhos. Avisa
ainda que novas ações virão.
"A Promessa"
No site indicado pelo e-mail
há duas seções: "O Plano"
("The Plan"), que detalha os
pontos a ser defendidos no Orçamento obamista, e "A Promessa" ("The Pledge").
Nesta última, informa-se
que, ao digitar seu e-mail, o signatário aceita dois compromissos: "Eu apoio o enfoque corajoso do presidente Obama para
renovar a economia dos EUA;
Eu pedirei a amigos, familiares
e vizinhos que se comprometam a apoiar esse plano".
Até a linguagem é parecida.
Nos programas de abstinência
sexual, o compromisso de se
manter a virgindade até o casamento é geralmente chamado
apenas "The Pledge".
Ontem, em novo e-mail,
Mitch Stewart, diretor da Organizing, detalhou quais serão as
próximas ações: fazer campanhas na rua e começar a telefonar e escrever a congressistas
contrários ao Orçamento para
protestar. O público-alvo é semelhante: jovens, os mesmos
que em janeiro do ano passado
ajudaram o então candidato
com poucas chances a vencer
nos primeiros "caucus" (assembleias eleitorais) e ir diminuindo o favoritismo de Hillary
Clinton no partido.
A volta ao modelo de campanha acontece no momento em
que a popularidade do presidente começa a cair. Segundo
pesquisa do Pew Research Center, o índice de aprovação ao
democrata passou de 64% em
fevereiro para 59% no começo
de março.
(SD)
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