São Paulo, quarta-feira, 18 de março de 2009

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Democrata imita Bush e pede "compromisso"

DE WASHINGTON

Mudam os governos e, com eles, os teores dos e-mails, mas as táticas são semelhantes. A convocação para que a base eleitoral de Barack Obama faça uma "promessa" ou se "comprometa" (to pledge, em inglês) pelo Orçamento lembra as propagandas dos programas para abstinência sexual entre adolescentes apoiados pelo governo de seu antecessor, o republicano George W. Bush.
Na sexta passada, os 13 milhões de cadastrados pela Organizing for America começaram a receber um correio eletrônico assinado por David Plouffe -o estrategista principal da campanha vitoriosa do democrata à Presidência, que recusou um cargo na Casa Branca para dar palestras e tocar essa organização, criada horas depois da eleição de novembro.
Nele, o marqueteiro pede que os destinatários se comprometam a lutar pelo Orçamento, a convencer outras pessoas a fazer o mesmo e a fazer reuniões em suas casas no fim de semana para discutir a lei com familiares, amigos e vizinhos. Avisa ainda que novas ações virão.

"A Promessa"
No site indicado pelo e-mail há duas seções: "O Plano" ("The Plan"), que detalha os pontos a ser defendidos no Orçamento obamista, e "A Promessa" ("The Pledge").
Nesta última, informa-se que, ao digitar seu e-mail, o signatário aceita dois compromissos: "Eu apoio o enfoque corajoso do presidente Obama para renovar a economia dos EUA; Eu pedirei a amigos, familiares e vizinhos que se comprometam a apoiar esse plano".
Até a linguagem é parecida. Nos programas de abstinência sexual, o compromisso de se manter a virgindade até o casamento é geralmente chamado apenas "The Pledge".
Ontem, em novo e-mail, Mitch Stewart, diretor da Organizing, detalhou quais serão as próximas ações: fazer campanhas na rua e começar a telefonar e escrever a congressistas contrários ao Orçamento para protestar. O público-alvo é semelhante: jovens, os mesmos que em janeiro do ano passado ajudaram o então candidato com poucas chances a vencer nos primeiros "caucus" (assembleias eleitorais) e ir diminuindo o favoritismo de Hillary Clinton no partido.
A volta ao modelo de campanha acontece no momento em que a popularidade do presidente começa a cair. Segundo pesquisa do Pew Research Center, o índice de aprovação ao democrata passou de 64% em fevereiro para 59% no começo de março. (SD)


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