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Ex-ditador usou
Barzan para
lavar dinheiro
DO "LE MONDE"
Segundo o escritório de
investigação Kroll, é muito
difícil precisar a rede financeira que Barzan Ibrahim
Hasan, meio-irmão de Saddam Hussein, montou para
o ex-ditador no exterior. Há
estimativas de que Saddam
teria de US$ 2 bilhões a US$
40 bilhões.
Tendo como base Genebra, onde foi diplomata, Barzan espalhou a fortuna entre
Jordânia, Suíça, França, Panamá e ilhas britânicas.
Para tanto, usou uma rede
de homens de confiança,
muitos deles saídos da diáspora iraquiana, mas também cristãos, armênios e iranianos -especialistas em
apagar o rastro do dinheiro.
Um exemplo é Bahman
Bakhtiar, nascido no Irã mas
possuidor de dupla cidadania, iraquiana e suíça. Ele dirigiu, até 1994, uma empresa
petroleira, a Jaraco (já fechada), mas atualmente sua família tem como investimento um ateliê de alta costura
em Genebra, administrado
pela filha May. Bahman tinha ligação com Barzan, assim como Phillippe Bidawit,
um bagdali que mora na Suíça, onde abriu uma série de
empresas que não existem
mais. Além dessas pessoas, a
Kroll descobriu 65 toneladas
de ouro em cofres suíços.
O escritório americano se
notabilizou por revelar a rede de lavagem de dinheiro
de vários ex-ditadores, como o haitiano Jean-Claude
Duvallier ou o filipino Ferdinando Marcos. As investigações da Kroll fizeram a ONG
britânica Indict pedir à Suíça
que resgatasse esse dinheiro
iraquiano, mas só conseguiu
o bloqueio de depósitos.
Em 1991, ano da Guerra do
Golfo, Saddam já era considerado um dos homens
mais ricos do mundo. Mesmo após o embargo, ele conseguiu enviar ao exterior em
média US$ 2 bilhões ao ano,
segundo estimativa da Kroll.
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