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UE e Rússia vêem fim de sanções com cautela
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
A Casa Branca anunciou que os
EUA irão mandar em breve uma
proposta de resolução à ONU pedindo o fim das sanções ao Iraque, como havia sugerido anteontem o presidente George W. Bush.
A medida foi recebida com otimismo moderado por líderes europeus ontem.
Em Washington, o porta-voz do
governo americano Scott McClellan disse que o texto deverá ser
encaminho "no futuro próximo".
Em Atenas, palco de reunião de
cúpula da União Européia, líderes
europeus disseram que o caminho para a suspensão das sanções
deve agora ser determinado pelo
Conselho de Segurança da ONU.
Ao mesmo tempo, um comunicado conjunto dos europeus solicitou que as Nações Unidas desempenhem papel central na reconstrução do Iraque.
Apesar de ressaltarem também
o desejo de acabar com as sanções
(em vigor desde a invasão do
Kuait pelo Iraque, em agosto de
1990), o bloco europeu teme que a
suspensão sem que as funções da
ONU no pós-guerra estejam claras esvazie ainda mais o poder da
entidade sobre o Iraque.
A Rússia também foi cautelosa.
"Essa decisão não pode ser automática. Depende das condições
estabelecidas pelas resoluções do
Conselho de Segurança estarem
cumpridas. Precisamos ter certeza se o Iraque tem ou não armas
de destruição em massa", disse o
ministro das Relações Exteriores
da Rússia, Igor Ivanov.
Desde que o regime de Saddam
Hussein invadiu o Kuwait, em
1990, a ONU determinou um embargo econômico ao país. Assim,
suas vendas de petróleo são controladas pela entidade, que troca
as exportações iraquianas por comida e outros produtos básicos à
sua população. Para que a medida
seja suspensa, a ONU deverá exigir a volta de seus inspetores ao
Iraque, para que eles reportem se
há ou não armas de destruição em
massa no país.
A existência de tais armas foi
um dos argumentos centrais utilizados pelo governo americano
para justificar a guerra. Até aqui,
os EUA ainda não conseguiram
provar que elas existem.
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