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São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 2003

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UE e Rússia vêem fim de sanções com cautela

ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK

A Casa Branca anunciou que os EUA irão mandar em breve uma proposta de resolução à ONU pedindo o fim das sanções ao Iraque, como havia sugerido anteontem o presidente George W. Bush.
A medida foi recebida com otimismo moderado por líderes europeus ontem.
Em Washington, o porta-voz do governo americano Scott McClellan disse que o texto deverá ser encaminho "no futuro próximo". Em Atenas, palco de reunião de cúpula da União Européia, líderes europeus disseram que o caminho para a suspensão das sanções deve agora ser determinado pelo Conselho de Segurança da ONU.
Ao mesmo tempo, um comunicado conjunto dos europeus solicitou que as Nações Unidas desempenhem papel central na reconstrução do Iraque.
Apesar de ressaltarem também o desejo de acabar com as sanções (em vigor desde a invasão do Kuait pelo Iraque, em agosto de 1990), o bloco europeu teme que a suspensão sem que as funções da ONU no pós-guerra estejam claras esvazie ainda mais o poder da entidade sobre o Iraque.
A Rússia também foi cautelosa. "Essa decisão não pode ser automática. Depende das condições estabelecidas pelas resoluções do Conselho de Segurança estarem cumpridas. Precisamos ter certeza se o Iraque tem ou não armas de destruição em massa", disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Igor Ivanov.
Desde que o regime de Saddam Hussein invadiu o Kuwait, em 1990, a ONU determinou um embargo econômico ao país. Assim, suas vendas de petróleo são controladas pela entidade, que troca as exportações iraquianas por comida e outros produtos básicos à sua população. Para que a medida seja suspensa, a ONU deverá exigir a volta de seus inspetores ao Iraque, para que eles reportem se há ou não armas de destruição em massa no país.
A existência de tais armas foi um dos argumentos centrais utilizados pelo governo americano para justificar a guerra. Até aqui, os EUA ainda não conseguiram provar que elas existem.


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