São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 2008

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"Brasil é fera a ser combatida", afirma Garcia

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O assessor internacional da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, disse ontem que o Brasil se tornou "a fera a ser combatida" na eleição do Paraguai. Ao menos dois dos principais candidatos defendem a revisão do preço pago pela energia da usina de Itaipu.
"Se algum candidato não disser que vai pedir a revisão do Tratado de Itaipu, pode ir pra casa", disse Garcia em audiência na Câmara.
Indagado minutos depois, em entrevista, se o governo brasileiro tratava as promessas dos candidatos paraguaios como peças de campanha, Garcia respondeu:
"Não é avaliação só do governo brasileiro. É do governo brasileiro e da torcida do Flamengo, todo mundo sabe. Acho que é uma demanda legítima, não estou com isso tentando desqualificar."
Os candidatos Fernando Lugo e Blanca Ovelar defendem a revisão do preço dos recursos gerados por Itaipu, um empreendimento binacional. Ao responder questionamentos de deputados, Garcia ressaltou que o Palácio do Planalto já vem discutindo medidas para elevar o aproveitamento da energia no país vizinho.
Garcia ainda criticou ontem os métodos "repugnantes" utilizados pelas Farc, como o seqüestro de civis. Segundo ele, após a morte do porta-voz Raúl Reyes, no mês passado, apenas o presidente Hugo Chávez, que possui um estilo "exuberante", consegue manter a interlocução com a guerrilha.
"Temos uma posição de independência, de não-interferência, mas também de não-indiferença. Lamentavelmente não temos contatos com o lado de lá [das Farc]."


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