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ÁSIA
Estado de Andhra Pradesh, onde temperatura chegou a 51 C, foi o mais atingido; maior parte dos mortos eram idosos
Onda de calor mata mais de 600 na Índia
DA REDAÇÃO
Pelo menos 638 pessoas morreram na última semana na Índia
em consequência de uma onda de
calor classificada pelo governo
como uma "calamidade natural".
Habitantes do Estado de Andhra Pradesh, onde 622 pessoas
morreram e a temperatura chegou a 51 C, disseram que o calor
era tão intenso que pássaros
caíam das árvores.
O agricultor P. Vijaylakshmi,
morador do vilarejo de Kovvuru,
descreveu o auge da onda de calor, em 10 de maio, como "o pior
dia" da sua vida.
"Como posso esquecer? Não havia lugar onde me esconder. Até o
chão de terra batida de minha cabana parecia um forno", afirmou.
Cortes no fornecimento de eletricidade e escassez de água agravaram o desconforto.
Muitos mortos eram idosos e
doentes que sofreram complicações relacionadas à desidratação.
"A maioria era de idosos, que
não aguentaram o calor extremo", disse Rajshekhar Murthy,
um médico do distrito de Guntur,
onde 102 pessoas morreram.
Murthy afirmou que o número
de mortos teria sido ainda mais
alto se o governo local não tivesse
emitido alertas e distribuído água
potável aos mais pobres.
"Dissemos às pessoas que não
saíssem de casa, especialmente ao
meio-dia, no auge do calor. Se fosse inevitável sair, recomendamos
que se cobrissem", disse Poonam
Malkondaiah, funcionária do governo de Godavari, onde ao menos 50 pessoas morreram.
Hospitais e postos de saúde das
áreas rurais de Andhra Pradesh
estavam em alerta, disse D.C. Roshaiah, responsável pelos serviços
de alívio e emergência do Estado.
As temperaturas desde o início
de maio têm sido 7% maiores do
que a média do mês.
Na capital indiana, Nova Déli, e
em outras partes do norte do país
as temperaturas também têm sido muito altas. No Estado de Rajasthan, a temperatura chegou a
47 C ontem.
O governador de Andhra Pradesh, Candra Babu Naidu, montou um comitê científico para investigar se a onda de calor teria sido causada pelo efeito estufa.
Mas meteorologistas culparam
ventos quentes vindos dos desertos do noroeste do país.
"Ondas de calor sempre precedem as chuvas de monção. Elas
induzem a umidade a entrar",
afirmou R. Rajamani, um ambientalista de Hiderabad. As
monções (ventos periódicos do
sul da Ásia) costumam chegar ao
sul da Índia no início de junho e
ao resto do país nas semanas seguintes. Ontem, chuvas começaram a cair no sudoeste da Índia.
Com agências internacionais
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