UOL


São Paulo, domingo, 18 de maio de 2003

Próximo Texto | Índice

GUERRA SEM LIMITES

Atentados em Casablanca anteontem atingiram cinco alvos simultaneamente; mortos já chegam a 41

Marrocos prende 27 extremistas após ataque

DA REUTERS

A polícia de Marrocos prendeu ontem 27 extremistas islâmicos suspeitos de participação na série de cinco atentados suicidas que mataram ao menos 41 pessoas e deixaram mais de 65 feridas anteontem à noite em Casablanca. Os ataques vieram poucas horas depois de os EUA emitirem um alerta para novas ações da rede terrorista Al Qaeda.
O ministro do Interior, Mustapha Sahel, disse à TV local que os atentados teriam sido cometidos por uma célula terrorista de 14 membros, dos quais 13 teriam morrido nas explosões. Segundo ele, todos os envolvidos com os ataques seriam marroquinos.
Um centro judaico e um clube espanhol estão entre os alvos atingidos. Os atentados em Marrocos foram a segunda grande ação terrorista da semana dirigida contra Estados árabes aliados aos EUA. Na segunda-feira, a Arábia Saudita também foi palco de múltiplos ataques suicidas.
As explosões ocorreram poucas horas depois de o presidente George W. Bush ter declarado que havia "assassinos à solta". Nos últimos dias, serviços de inteligência dos EUA e do Reino Unido haviam avisado da possibilidade de ocorrerem novos ataques em países da África, mas Marrocos não foi incluído na lista.
Como no caso de Riad, a rede Al Qaeda, de Osama bin Laden, é a principal suspeita pelas ações em Casablanca. Marrocos e Arábia Saudita estavam entre os países árabes considerados principais "candidatos à liberação" numa gravação atribuída a Bin Laden que foi divulgada em fevereiro.
Bush afirmou ontem que a Al Qaeda ainda constitui uma ameaça e que, apesar de enfraquecida, não está "ociosa". "Os inimigos da liberdade não estão ociosos, e nós também não", disse o presidente, que ofereceu ajuda ao governo marroquino para encontrar os culpados pelos ataques.
Alguns dos alvos em Casablanca estavam ligados a instituições judaicas e um, à Espanha, que apoiou com firmeza a guerra dos EUA no Iraque. Os cinco lugares atingidos foram: o hotel Safir, na cidade velha, um centro comunitário judaico, um restaurante italiano de propriedade de um judeu, o clube Casa de España e o consulado da Bélgica.
O premiê espanhol, José María Aznar, condenou os ataques, classificando-os como "fanatismo cruel". Pelo menos dois cidadãos espanhóis morreram e quatro ficaram feridos.


Próximo Texto: Al Qaeda volta à ativa, diz "NY Times"
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.