São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 2011 |
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Cresce pressão para que diretor do FMI renuncie ao cargo Secretário do Tesouro dos EUA diz que Strauss-Kahn "não está em posição" de dirigir organismo; Europa também faz críticas Defesa afirma que não há evidência de sexo forçado; economista é mantido sob vigilância dispensada a suicidas ÁLVARO FAGUNDES DE NOVA YORK O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, disse ontem que o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, não está "em posição" para comandar o organismo. É a primeira vez que os EUA, principal acionista do Fundo, se manifestam sobre o assunto desde que o francês foi acusado de atacar sexualmente uma camareira, em Nova York, no sábado. "É importante que o conselho do FMI coloque alguém, para atuar interinamente como diretor-gerente", disse Geithner. O americano John Lipsky está interinamente no comando da entidade. Os europeus começam a divergir sobre a manutenção de Strauss-Kahn à frente do FMI, à medida que surgem mais informações sobre o caso. Entre os detalhes, sangue teria sido encontrado nos lençóis do quarto do hotel. Segundo o tabloide "New York Post", uma fonte ligada aos advogados de Strauss-Kahn afirmou que teria havido relação "consensual". A afirmação foi negada pelo advogado da camareira. O principal advogado americano de Strauss-Kahn, Benjamin Brafman, disse que a defesa acredita que "as evidências não serão consistentes com sexo forçado". O irmão da suposta vítima disse à rede ABC que ontem ela continuava chorando. "Ela está completamente devastada." A mulher é imigrante da Guiné. Vive nos EUA desde 1998, tem uma filha de 15 anos, é muçulmana. Strauss-Kahn está sob vigilância dada a presos com potencial risco de suicídio. Na Europa, a ministra das Finanças da Espanha, Elena Salgado, foi uma das vozes mais eloquentes contra o francês. Ressaltando que a investigação está em andamento, ela disse: "Se tiver que mostrar minha solidariedade e apoio a alguém, será para a mulher que foi atacada, se isso for comprovado". Porém, nem todos os políticos que estavam em Bruxelas reunidos para aprovar a ajuda de € 78 bilhões para Portugal concordam com a saída do dirigente. Jean-Claude Juncker, premiê de Luxemburgo e presidente do grupo de ministros das Finanças da zona do euro, disse que era "indecente" perguntar sobre a sucessão. Mas todos que falam sobre o caso insistem em que o cargo deve ficar com um europeu. A manutenção do comando do FMI é importante em parte pelo prestígio, mas também porque o Fundo vem tendo importante papel nos pacotes de ajuda a países da região -alguns emergentes dizem que em condições mais generosas que a praxe. Com agências de notícias Texto Anterior: FOLHA.com Próximo Texto: Análise: Sem diretor, FMI agora tem de dar conta de desafios gigantescos Índice | Comunicar Erros |
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