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São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2003

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PAZ SOB ATAQUE

Libertação de líder da Intifada seria concessão a palestinos em meio a negociações de cessar-fogo; Powell irá à região

Israel pode soltar Barghouti; menina israelense é morta

DA REDAÇÃO

Uma menina israelense de sete anos foi morta e outras duas pessoas ficaram feridas em ataque a tiros ontem perto de Kfar Saba (Israel), na fronteira com a Cisjordânia. A ação acontece em meio a negociações para um cessar-fogo entre israelenses e palestinos.
Antes do ataque, que coloca um fim à relativa calma nos últimos dias e pode dar início a nova onda de violência, autoridades de Israel discutiam a possibilidade de libertar Marwan Barghouti. Ele é um dos líderes da atual Intifada e do Fatah -a facção política do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Iasser Arafat, e do premiê Abu Mazen.
A medida seria uma concessão para os palestinos tentarem conseguir um cessar-fogo dos grupos terroristas. A trégua estava sendo negociada ontem entre Mazen e líderes desses grupos.
A libertação de Barghouti, um dos mais populares líderes palestinos, poderia ajudar nos esforços para implementar o plano de paz.
Mesmo preso em Israel, Barghouti -acusado de terrorismo- estaria negociando um cessar-fogo do Hamas. O anúncio de sua possível libertação foi feito inicialmente por Arafat -afastado nominalmente do processo de paz- para a mulher de Barghouti. A informação depois repercutiu na imprensa israelense.
Sua libertação, porém, enfrenta forte oposição dentro de Israel. O procurador-geral do país, Elyakim Rubinstein, escreveu para o premiê israelense, Ariel Sharon, afirmando que seria "inconcebível" libertar Barghouti antes do fim de seu processo.
Abdel Aziz Rantissi, principal líder político do Hamas que foi ferido em ataque aéreo israelense na semana passada, disse ontem que o grupo estava considerando apenas a suspensão dos ataques contra civis israelenses dentro de Israel. As ações contra soldados israelenses e colonos judeus na Cisjordânia e na faixa de Gaza seriam mantidas. Israel, porém, exige que todos os ataques contra alvos israelenses sejam suspensos.
Em uma nova ofensiva diplomática, os EUA anunciaram que o secretário de Estado Colin Powell irá à região na sexta para tentar salvar o plano de paz. O enviado dos EUA para a região, John Wolf, se reuniu com Mazen e outras autoridades palestinas ontem.


Com agências internacionais


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