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São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2003

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CUSTO DE GUERRA

Combate ao terrorismo alimenta o orçamento militar mundial; EUA respondem por 43% do total

Gastos militares aumentam 6% em 2002

DA REDAÇÃO

Estimulados pela guerra contra o terrorismo liderada pelos EUA, os governos gastaram 6% a mais em seus orçamentos militares no ano passado do que em 2001, numa despesa total que somou US$ 794 bilhões -76% mais do que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no ano passado, que foi de US$ 451 bilhões.
A conclusão está no relatório anual do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri), divulgado ontem.
Os EUA, atingidos pelos atentados terroristas de setembro de 2001, aumentaram em 10% o seu orçamento militar no ano passado e planejam aumentos gradativos até 2009. O país -que liderou a invasão do Iraque em março, na qual usou US$ 80 bilhões que não constavam do Orçamento deste ano- tem o maior gasto em defesa do mundo.
Segundo o Sipri, desde 1998, quando os gastos atingiram a máxima retração, o crescimento foi de 14%. Ainda assim, o orçamento militar mundial no ano passado foi 16% mais baixo do que em 1988, antes da derrocada do comunismo e quando o mundo vivia os últimos dias da Guerra Fria.
Os EUA sozinhos respondem por 43% desse gasto, e os cinco países seguintes na lista -Japão, Reino Unido, França, China e Alemanha- por outros 23%.
Ao todo, os gastos militares declarados pelos governos de todos os países equivalem a 2,3% do PIB mundial, ou US$ 128 per capita. Já nos países do Oriente Médio, região com a média mais alta, a relação fica em 6,3% do PIB.
Na lista dos 15 países com maior orçamento militar em 2002, que respondem por 82% dos gastos mundiais, o Brasil figura em 14º lugar, com um gasto de US$ 10 bilhões, ou o equivalente a 1% da despesa mundial do setor. É um orçamento superior ao de Israel, que há quase três anos enfrenta um conflito com os palestinos.
No entanto, o Sipri adverte que as comparações nem sempre refletem o esforço militar ou o arsenal de um país, já que os gastos não levam em conta as condições de compra de armamentos, entre outras coisas. Israel, por exemplo, conta com um acordo com os EUA pelo qual pode comprar equipamentos militares por um preço menor do que normalmente é cobrado de outros países.
A Rússia, inimiga americana na corrida armamentista após a Segunda Guerra Mundial, ocupa apenas o 12º lugar da lista, com um gasto de US$ 11,4 bilhões. O país, no entanto, se tornou o maior exportador mundial de armamento -o maior importador é a China, dona de um orçamento militar de US$ 31,1 bilhões.


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