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CUSTO DE GUERRA
Combate ao terrorismo alimenta o orçamento militar mundial; EUA respondem por 43% do total
Gastos militares aumentam 6% em 2002
DA REDAÇÃO
Estimulados pela guerra contra
o terrorismo liderada pelos EUA,
os governos gastaram 6% a mais
em seus orçamentos militares no
ano passado do que em 2001, numa despesa total que somou US$
794 bilhões -76% mais do que o
PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no ano passado, que foi de
US$ 451 bilhões.
A conclusão está no relatório
anual do Instituto Internacional
de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri), divulgado ontem.
Os EUA, atingidos pelos atentados terroristas de setembro de
2001, aumentaram em 10% o seu
orçamento militar no ano passado e planejam aumentos gradativos até 2009. O país -que liderou
a invasão do Iraque em março, na
qual usou US$ 80 bilhões que não
constavam do Orçamento deste
ano- tem o maior gasto em defesa do mundo.
Segundo o Sipri, desde 1998,
quando os gastos atingiram a máxima retração, o crescimento foi
de 14%. Ainda assim, o orçamento militar mundial no ano passado foi 16% mais baixo do que em
1988, antes da derrocada do comunismo e quando o mundo vivia os últimos dias da Guerra Fria.
Os EUA sozinhos respondem
por 43% desse gasto, e os cinco
países seguintes na lista -Japão,
Reino Unido, França, China e
Alemanha- por outros 23%.
Ao todo, os gastos militares declarados pelos governos de todos
os países equivalem a 2,3% do PIB
mundial, ou US$ 128 per capita. Já
nos países do Oriente Médio, região com a média mais alta, a relação fica em 6,3% do PIB.
Na lista dos 15 países com maior
orçamento militar em 2002, que
respondem por 82% dos gastos
mundiais, o Brasil figura em 14º
lugar, com um gasto de US$ 10 bilhões, ou o equivalente a 1% da
despesa mundial do setor. É um
orçamento superior ao de Israel,
que há quase três anos enfrenta
um conflito com os palestinos.
No entanto, o Sipri adverte que
as comparações nem sempre refletem o esforço militar ou o arsenal de um país, já que os gastos
não levam em conta as condições
de compra de armamentos, entre
outras coisas. Israel, por exemplo,
conta com um acordo com os
EUA pelo qual pode comprar
equipamentos militares por um
preço menor do que normalmente é cobrado de outros países.
A Rússia, inimiga americana na
corrida armamentista após a Segunda Guerra Mundial, ocupa
apenas o 12º lugar da lista, com
um gasto de US$ 11,4 bilhões. O
país, no entanto, se tornou o
maior exportador mundial de armamento -o maior importador
é a China, dona de um orçamento
militar de US$ 31,1 bilhões.
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