RAFAEL CARIELLO
DE NOVA YORK

Novo relatório da comissão independente que investiga os ataques do 11 de Setembro concluiu que problemas de comunicação e autoridades "despreparadas" entre os responsáveis pela defesa aérea dos EUA impediram que os aviões usados para atingir o World Trade Center, em Nova York, e o Pentágono, na área de Washington, fossem derrubados ou interceptados.
O general Ralph Eberhart, responsável pelo Comando Norte-Americano de Defesa Aeroespacial (Norad, em inglês), disse à comissão que, se os responsáveis pela defesa fossem imediatamente comunicados do que as autoridades civis já sabiam, os quatro aviões usados pelos terroristas poderiam ter sido abatidos.
Segundo o relatório, o vice-presidente Dick Cheney chegou a crer que os militares haviam derrubado dois aviões. O relatório fala em "confusão" e problemas de comunicação entre a Casa Branca, o Pentágono e autoridades civis de aviação e duvida de que os militares tivessem como derrubar os aviões. Cheney, após telefonemas com o presidente George W. Bush, autorizou que os aviões fossem derrubados, mas suas ordens só chegaram aos pilotos da Força Aérea quando o quarto avião já havia caído no Estado da Pensilvânia, diz o relatório da comissão.
O órgão civil responsável pelo controle aéreo americano, a FAA, foi um dos mais duramente criticados, por supostamente ter falhado em comunicar os fatos rapidamente às autoridades militares.
O primeiro aviso recebido pelos militares do que estava acontecendo ocorreu apenas nove minutos antes do primeiro avião atingir o World Trade Center, embora os civis já soubessem do seqüestro havia 25 minutos.
Mas o relatório também responsabilizou os militares, afirmando que eles e as autoridades civis estavam "despreparados".
O ex-diretor da FAA Monte Belger reconheceu que houve problemas de comunicação e que os planos contra os ataques foram inadequados, mas disse que medidas foram tomadas desde então para melhorá-los.


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