São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2004

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CONFISSÕES

Ex-presidente afirma que se relacionou com Monica Lewinsky "simplesmente porque podia"

Adultério foi "erro terrível", diz Clinton

Tim Sloan - 14.jun.2004/France Presse
Clinton, com Hillary e Chelsea, em evento na Casa Branca


DA ASSOCIATED PRESS

O ex-presidente americano Bill Clinton (1993-2001) descreveu sua infidelidade conjugal como um "erro moral terrível" que, quando revelado à sua mulher, causou seu "isolamento", conforme disse em entrevista à CBS que irá ao ar no domingo.
Por que ele cometeu adultério com a ex-estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky, em 1998? "Pela pior razão possível: simplesmente porque eu podia", disse Clinton. "Acho que é a razão mais moralmente indefensável que alguém pode ter para fazer alguma coisa."
Na entrevista, que será divulgada poucos dias antes do lançamento da biografia de Clinton, "Minha Vida", Clinton disse que ele, sua mulher, Hillary, e a filha, Chelsea, enfrentaram a crise com terapia psicológica.
"Fizemos terapia juntos. Fizemos individualmente. Fizemos terapia de família", disse ele. Por mais de um ano eles dedicaram um dia por semana ao divã. Clinton contou que Hillary, hoje senadora democrata pelo Estado de Nova York, precisou de tempo para decidir se iria deixá-lo. (Em sua biografia, lançada há um ano, Hillary diz que queria "torcer o pescoço" do marido.)
Anteontem, Clinton disse a cerca de mil pessoas reunidas em Nova York para assistir a um documentário sobre sua Presidência que o caso Lewinsky foi um conjunto de "erros estúpidos, pessoais".
Clinton afirmou que nunca pensou em renunciar e descreveu como "insígnia de honra" sua luta contra o impeachment, que qualificou como abuso de poder. "Eu resisti. Não vejo isso como mácula, porque [o processo] foi ilegítimo."
Ele disse ainda que a maior conquista de seus oito anos na Presidência foi seu plano econômico. ""Eu mantinha uma contagem para saber quantas pessoas tinham melhorado de vida", afirmou. "As pessoas realmente passaram a ter a chance de fazer mais do que em qualquer momento anterior."
O ex-presidente também conta que se orgulhou de ter montado a coalizão que pôs fim à repressão movida pelo ex-ditador iugoslavo Slobodan Milosevic contra os kosovares de origem albanesa e com aspirações à independência. "O dia em que a Guerra de Kosovo terminou e que eu soube que os dias de Milosevic estavam contados foi um grande dia. Tive muitos grandes dias", declarou à CBS.


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